O presidente se deixa levar por seus reflexos condicionados. O que estas últimas semanas evidenciaram foi que Bolsonaro não deseja —ou não consegue— se livrar dos acessos de histeria que lhe marcam a vida política. Durante três décadas, sempre que se viu em apuros, o capitão preferiu virar a mesa a sentar-se em torno dela.
Bolsonaro busca nas ruas um álibi para continuar botando a culpa em alguém pelo que não consegue fazer no gabinete. Adiciona raiva ao seu caldeirão de prioridades. Nele, misturam-se o hipotético complô de ministros do Supremo, as acusações sem provas ao sistema eleitoral, a confusão entre asfalto e "ultimato", a ameaça de "ruptura"... Esse caldo espesso pode interessar a muita gente, não a um presidente em pleno exercício do mandato.
No momento em que exerce a Presidência de olho na próxima cartada nacional de 2022, não calha bem a Bolsonaro o clima de histeria, muito menos as ameaças à estabilidade institucional. O problema é que ele não dispõe de coisa diferente para oferecer ao país. Demora a se dar conta de que, no regime presidencialista, o rosto do presidente costuma ser a cara da crise.
Para o brasileiro que não o vê como mito, a imagem de Bolsonaro aparece nos instantes mais indigestos: quando enche o tanque do carro, quando paga a conta de luz, quando vai à mercearia, quando sobra mês no fim do salário... Em momentos como o atual, em que o país é moído por uma confluência de crises —a tempestade econômica, a ruína fiscal, o flagelo sanitário, o drama social— o presidente precisaria ser a imagem da tranquilidade.
Ao utilizar o 7 de Setembro para fornecer mais do mesmo combustível que prolonga as crises desde a sua posse, há dois anos e oito meses, Bolsonaro condena-se a, no futuro próximo, ser vítima da própria histeria. Se tudo o que o presidente tiver para exibir na vitrine de 2022 for um clima de Apocalipse e um conjunto de desculpas, a perspectiva de obter um segundo mandato é reduzida.
Noutros tempos, cabia aos partidos de oposição envenenar a conjuntura. Hoje, é Bolsonaro quem puxa o próprio tapete, flertando com a ruptura institucional. Se você acordou preocupado com a eletrificação do 7 de Setembro, relaxe. Vem aí o 8 de setembro! E o 9 de setembro. E o 10, o 11, o 12..... -
Como a histeria não produz crescimento econômico, não faz chover, não barateia a gasolina, não cria empregos e não enche a geladeira, Bolsonaro continuará tirando uma crise de dentro da outra. Ele cultiva o hábito de magnificar crises pequenas, tornando-as gigantescas, barulhentas e ameaçadoras.
Com o beneplácito dos demais Poderes da República, será assim pelo menos até 31 de dezembro de 2022. Não é que falta rumo ao governo. A questão é que Bolsonaro tomou o rumo do brejo. E leva o Brasil junto.
Para o brasileiro que não o vê como mito, a imagem de Bolsonaro aparece nos instantes mais indigestos: quando enche o tanque do carro, quando paga a conta de luz, quando vai à mercearia, quando sobra mês no fim do salário... Em momentos como o atual, em que o país é moído por uma confluência de crises —a tempestade econômica, a ruína fiscal, o flagelo sanitário, o drama social— o presidente precisaria ser a imagem da tranquilidade.
Ao utilizar o 7 de Setembro para fornecer mais do mesmo combustível que prolonga as crises desde a sua posse, há dois anos e oito meses, Bolsonaro condena-se a, no futuro próximo, ser vítima da própria histeria. Se tudo o que o presidente tiver para exibir na vitrine de 2022 for um clima de Apocalipse e um conjunto de desculpas, a perspectiva de obter um segundo mandato é reduzida.
Noutros tempos, cabia aos partidos de oposição envenenar a conjuntura. Hoje, é Bolsonaro quem puxa o próprio tapete, flertando com a ruptura institucional. Se você acordou preocupado com a eletrificação do 7 de Setembro, relaxe. Vem aí o 8 de setembro! E o 9 de setembro. E o 10, o 11, o 12..... -
Como a histeria não produz crescimento econômico, não faz chover, não barateia a gasolina, não cria empregos e não enche a geladeira, Bolsonaro continuará tirando uma crise de dentro da outra. Ele cultiva o hábito de magnificar crises pequenas, tornando-as gigantescas, barulhentas e ameaçadoras.
Com o beneplácito dos demais Poderes da República, será assim pelo menos até 31 de dezembro de 2022. Não é que falta rumo ao governo. A questão é que Bolsonaro tomou o rumo do brejo. E leva o Brasil junto.
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