Usada como falso e arriscado remédio contra a impotência, a prepotência é um dispositivo que ressurge aqui e ali. O curioso é que, mais de 30 anos depois, cansados de corrupção e fracassos de governos petistas, eleitores brasileiros escolheram chamar o Bolsonaro. Ele não figurava entre os mais educados políticos que poderiam ter sido eleitos para resgatara dignidade e o crescimento econômico. O mais inquietante, porém, é que diante das naturais adversidades na tarefa de governar, o próprio Bolsonaro tenha chamado o Bolsonaro profundo para lidar com seus desafios.
Alguns dizem que ele é assim mesmo. Então, a maioria dos brasileiros (que não o elegeu) não teria outra alternativa anão ser tentar civiliza-lo, aplicando os limites do bom sensoe da democracia. Algo que até estadistas mundiais estão tendo que fazê-lo! Missão impossível? Outros comentam que sua estupide zé estratégia para manter acesa a chama vingativa de seus fiéis e fanáticos eleitores.
Esta última hipótese depõe contra si própria: Bolsonaro é chefe de uma facção direitista, ou é o presidente do Brasil? Se ele não percebera distinção atempo, estará—entre outros efeitos — encenando um dos dramas freudianos — aquele que analisa situações nas quais pessoas, ao obterem êxito, arrumam um jeito de zerar o ganho e se arruinar. Por não suportar um obscuro e edípico sentimento de culpa.
As pesquisas de opinião que saíram ontem comprovam atese: ele caminha para a autodestruição. Bolsonaro pareces e divertir lançando farpas ator toe à direita( evocando, por alto, a cena de Charlie Chaplin interpretando Hitler a brincar com o globo terrestre). Ele sequer poupa estadistas internacionais (com exceção do alter-bufão Trump). Seu fracasso vai sendo produzido deforma exuberante. O país, e o mundo, que excedem em muito o número de fanáticos seguidores, unem-se contra ele. E, nesses tempos de extremismo e alta polarização, o antídoto não está no centro—mas no seu arqui-inimigo PT. Viciados nesse estilo de resolução de problema, os brasileiros talvez respondam no caso de uma ruína bolsonarista: “Eu chamo o Lula”. Ou, no que dá no mesmo, o Haddad.
O fantasma da recessão ronda novamente o mundo. Isso não ajudará o retorno do crescimento e a diminuição do desemprego no Brasil. O vento mudou: não é hora —nunca foi! — de sarcasmo irresponsável ou de proselitismo inconsequente. John Waldron, presidente e chefe de operações do Goldman Sachs, disse que nunca viu em sua carreira, com essa força, o mercado negociar olhando políticas, governo, lideranças e geopolítica. Líderes populistas não convencionais impactam e assustam. A opinião é compartilhada por Mohamed El-Erian, um dos maiores gestores mundiais de ativos: “A política confusa influi nos resultados econômicos e de mercado”.
Porque as contas e variáveis que são olhadas na atualidade não se resumem aos números, mas às reservas morais, sociais, políticas e ambientais deu manação. Do jeito que atua, o presidente joga brasileiros uns contra os outros— e estadistas e investidores contra nós. Não creio que, além de seu séquito, muita gente vá chorar por sua ruína, caso ele encene o drama inconsciente, de produzir seu próprio fracasso. Ou por sentir que não possui recursos para exercer com dignidade o cargo que ocupa.
O fenômeno já faz preço na Bolsa. Se a crise persistir— e Bolsonaro precisa estar consciente de sua responsabilidade nisso — milhões de pessoas, os familiares dos desempregados, estarão perpetuando o sofrimento, enquanto ele diverte sua horda de fanfarrões falando a primeira besteira que vem à sua cabeça.
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