Fiorde de Inglefield Bredning,Steffen Olsen |
A foto viralizou. “Groenlândia” foi trending topic no Twitter, e até o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, compartilhou-a com um texto que dizia: “Esta imagem da Groenlândia coloca perante nossos olhos a emergência que enfrentamos. Governos e sociedade devemos trabalhar unidos para frear as consequências da crise climática. Conseguir isso está em nossas mãos. Não podemos dar nem um passo atrás”.
Os sinais da mudança climática são cada vez mais evidentes. As temperaturas superiores à média em quase todo o oceano Ártico e Groenlândia durante o mês de maio fizeram o gelo derreter antes do habitual, resultando no menor bloco de gelo registrado em 40 anos, segundo os dados do Centro Nacional de Neve e Gelo dos EUA.
As temperaturas registradas na semana passada na Groenlândia e em grande parte do Ártico foram impulsionadas por um ar mais quente que subia do sul. “Este fato ocorre de vez em quando, mas há evidências de que está se tornando mais comum, embora seja uma área de pesquisa que evolui com muita rapidez. Além disso, à medida que a atmosfera se tornar mais calorosa haverá um maior derretimento”, afirma Ruth H. Mottram, cientista do Instituto Meteorológico Dinamarquês e colega de Steffen M. Olsen, o pesquisador que tirou a foto.
O autor da popular imagem revelou no Twitter que se tratava de um “dia incomum” e que a imagem “para muitos é mais simbólica que científica”. Os pesquisadores concordam que o alarmante não é o aumento pontual das temperaturas, e sim a tendência de alta que observam há anos. “Por causa desse aumento 63% das geleiras da Groenlândia estão em retrocesso, e já houve uma perda de 30% do gelo marinho”, diz Barbosa.
Uma das consequências do derretimento prematuro é a alteração do equilíbrio entre temperatura e salinidade da água marinha, por causa da água doce despejada pelas geleiras, o que pode afetar as correntes marítimas. “Outros efeitos são o aumento do nível do mar e o aumento do degelo, ao reduzir a camada de gelo que reflete o sol e, portanto, produzir um aumento da radiação solar”, acrescenta Barbosa.
Além disso, Mottram explica que, embora o degelo marinho não contribua imediatamente para o aumento do nível do mar, em longo prazo isso ocorre. Seus modelos de simulações climáticas preveem que o gelo marinho se derreta, com consequências para as populações locais e os ecossistemas do Ártico. “Também é provável que no futuro haja uma quantidade cada vez maior de água que contribua para a elevação do nível do mar a partir da Groenlândia”, conclui.Belén Juárez
Nenhum comentário:
Postar um comentário