terça-feira, 18 de junho de 2019

Guede entrega BNDES a assessor de 3º escalão

Após a carbonização de Joaquim Levy, o ministro Paulo Guedes contentou-se com uma solução doméstica para o preenchimento da vaga de presidente do BNDES. Acomodou no posto um assessor do terceiro escalão da pasta da Economia. Chama-se Gustavo Montezano. Tem escassos 38 anos. Dava expediente como secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento, abaixo do secretário Salim Mattar, que estava cotado para o posto.

Gustavo é filho de Roberto Montezano, um velho amigo do ministro. Os Montezano já residiram no mesmo prédio dos Bolsonaro. O novo presidente do BNDES é conhecido dos filhos do capitão. O deputado Eduardo Bolsonaro festejou a escolha no Twitter. Referiu-se a Gustavo Montezano como "um dos prodígios da ecomomia de sua geração".



A opção caseira foi interpretada como um sinal de que Paulo Guedes planeja exercer ascendência mais direta e efetiva sobre a administração do BNDES. Antes de Jair Bolsonaro declarar em público que Levy estava "com a cabeça a prêmio", o ministro já se queixava dele em privado. Queria pressa no processo de readequação do banco aos propósitos liberais do novo governo.

Diferentemente de Joaquim Levy, Gustavo Montezano não passou pelos bancos da Universidade de Chicago. Graduou-se engenheiro pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). Fez mestrado em economia no Ibmec-RJ. Não é um neófito em mercado financeiro. Foi sócio-diretor do banco BTG-Pactual. Trabalhou também como analista do Opportunity.

Aos olhos de Paulo Guedes, a Presidência de Gustavo Montezano no BNDES será como vinho. Tomará a forma do jarro que o ministro providenciar para abrigá-la. De saída, o substituto de Levy terá de satisfazer o desejo de Jair Bolsonaro de "abrir a caixa preta do BNDES". Do contrário, o capitão não demora a chutar o jarro.

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