quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Tudo de novo com Temer negociando com deputados para escapar do processo

O título sintetiza e até coloca uma lente de aumento no sistema político que funciona no país, destacando a troca de concessões por votos salvadores e escapistas. O povo, que não é consultado, paga a conta de mais essa ação de suborno e tampouco tem a possibilidade de obter desconto no Imposto de Renda da parte que lhe cabe na história e que no final das contas sai de seu bolso. Aliás, como sempre.

Desta vez a fatura é triplicada, porque além de Michel Temer estão em jogo os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Que Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, defenda a unificação do processo compreende-se com base em sua visão política e seu afinidade com Moreira Franco. Mas surpreende que deixa a entender que a tese tenha sido encampada também pela ministra Carmen Lúcia, Presidente da Corte Suprema. Estou baseando esse comentário na reportagem de Rafael Marques Moura e Breno Pires, O Estado de São Paulo, edição desta terça-feira.




A opinião pública deve receber com atenção os próximos passos dos deputados no decorrer do novo processo instaurado contra o Presidente da República. Deve acompanhar com atenção, já que estamos falando em sinal, a tendência que vai separar a opinião pública da negociação ilegítima entre o poder Executivo e o Congresso a se desenrolar na Esplanada de Brasília.

É difícil prever nesta altura dos acontecimentos se a unificação ou separação entre os processos do presidente e dos ministros ajuda ou prejudica o governo Temer diante não apenas do STF, mas também da opinião pública do país. O cenário do poder é desalentador e extremamente crítico.

O plano político reflete-se na esfera econômica. Veja, por exemplo, o custo da dívida pública federal, que é sustentada pelos Fundos de Investimento que absorvem os juros a base de 8,25% a/a sobre o total de 3,4 trilhões de reais. Não podendo pagar em moeda corrente os juros, o governo emite cada vez mais notas do Tesouro Nacional. É o que destaca matéria de Eduardo Campos e Fábio Pupo, edição de ontem do Valor.

As despesas crescentes com as emissões de NTNs é pago pela população de modo geral.

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