Falta o último prego no caixão de Lula, esse a ser batido pela segunda instância da justiça quando confirmar a sentença do juiz Sérgio Moro que o condenou a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.
O penúltimo prego foi batido onte
m pelo ex-ministro Antonio Palocci, preso há um ano em Curitiba, com sua carta de desfiliação ao PT. Palocci foi um dos coordenadores da campanha de Lula à presidência da República em 2002, ministro do primeiro governo dele e do primeiro de Dilma.
Foi tudo isso e muito mais. Como confessou, foi responsável por arrecadar propina de empresas para o ex-presidente. E autor, como se sabe, da Carta aos Brasileiros, documento que em 2002 derrubou a resistência de bancos e de empresas à chegada ao poder do primeiro operário.
Na carta, concebida e escrita por Palocci, Lula se comprometia a manter os fundamentos da política econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi cabo eleitoral quando FHC disputou e perdeu em 1985 a prefeitura de São Paulo para o ex-presidente Jânio Quadros.
A carta de desfiliação de Palocci ao PT é a segunda carta dele aos brasileiros, dessa vez assinada com o próprio nome. Não só a banqueiros e empresários, mas aos brasileiros em geral que acreditaram na lisura e nas boas intenções de quem assumiu pobre a presidência e dela saiu rico.
Palocci antecipou-se à sua expulsão do PT, decidida por Lula que, ali, decide tudo. E ao fazê-lo, renovou acima de qualquer margem de dúvida sua disposição de morrer atirando. Até poderá cumprir anos de cadeia. Mas com ele arrastará Lula, seu ex-patrão. E, se der, Dilma também.
No momento, o ex-ministro da Fazenda de Lula, e ex-ministro da Casa Civil de Dilma, acerta com a Lava Jato sua delação premiada. Guarda munição suficiente para confirmar o que já revelou e o que ainda esconde. Banqueiros e empresários que negociaram com ele estão em pânico.
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