Na era Lava-Jato, há inúmeros exemplos de suspeitos flagrados tentando buscar meios para controlar a maior operação de combate à corrupção da história do país.
O resultado do julgamento que livrou Temer da guilhotina, e principalmente o seu enredo, torna legítimo supor que finalmente tal controle foi alcançado.
Não deixa de ser surpreendente. Primeiro porque se deu por meio do Judiciário, Poder que, mal ou bem, ainda goza (ou gozava) de algum respeito em meio ao descrédito institucional generalizado. Depois, porque aconteceu em meio ao silêncio das ruas (pós-2013).
Haverá um sem número de argumentos técnicos para justificar a exclusão do oceano de provas (para usar as palavras do eminente relator) que comprovam que o resultado eleitoral foi corrompido de forma determinante.
Mas nada explicará o cavalo de pau dado pelo TSE, que de dia determinou a necessidade de uma investigação e de noite decidiu que aquilo simplesmente era ilegal.
O julgamento histórico expôs ao país representantes de dois Brasis: o magistrado que tentou desesperadamente convencer seus pares de que laranja é laranja e o que trocou de camisa sem nenhum pudor, quando o que defendia ontem passou hoje a não atender aos seus.
A questão agora é o que fica. Temer ainda tem muita dor de cabeça pela frente, não há dúvida. Mas com uma diferença crucial: voltamos a viver sob o signo de que contra tudo dá-se um jeitinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário