quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Congresso reestreia a peça do Brasil alternativo

O Congresso reestreia nesta quarta-feira um espetáculo manjado. A coisa se passa numa nação alternativa. Fora do prédio de Niemeyer, há um Brasil em pânico. Dentro, há um país fictício. Fora, quando alguém fala em corrupção numa roda, é impossível mudar de assunto. Pode-se, no máximo, mudar de corrupto. Dentro, pulsa um país sem culpados nem inocentes. Um Brasil 100% feito de cúmplices. Uma nação onde nada aconteceu.

Os congressistas propuseram e aceitaram a tese segundo a qual nenhum deles deve nada. Muito menos explicações. Há os delatados, os investigados, os denunciados, os réus… E há a banda muda, que silencia diante da promiscuidade. É nesta ficção que nenhum roteirista de teatro assinaria, para não passar por inverossímil, que o Congresso reabre suas cortinas depois do recesso. Deputados e senadores tropeçam nos corredores com o maior escândalo de corrupção da história. Mas fingem que ele não está ali.

Nos últimos dois anos, uma Lava Jato inexplicada no meio do Salão Verde da Câmara e do Salão Azul do Senado se transformou em muitas coisas. Começou como um embaraço. Evoluiu para um hábito. De repente, à medida que aumentava o número de ecrencados, tornou-se parâmetro.

Há dois anos, os deputados elegeram Eduardo Cunha para presidir a Câmara. E os senadores reelegeram Renan Calheiros. O primeiro está preso. O segundo é réu numa ação penal e protagoniza 12 inquéritos.

Hoje, os favoritos ao comando das duas Casas do Legislativo são alvos da megadelação da Odebrecht. Mas isso não é assunto que mereça a perda de tempo de uma reflexão no Brasil alternativo que está novamente em cartaz no Congresso.

Fora das cuias de Niemeyer —a da Câmara virada para cima, a do Senado emborcada para baixo—, a democracia representativa está jurada de morte. Dentro, ela se comporta como se estivesse cheia de vida.

Um comentário:

  1. Me respondam essas perguntas, por favor:

    1.
    (…) “João o Milionário” é o Joao Santana?…
    Aquele que foi preso pelo Juiz Sergio Moro? O João Santana, marqueteiro da Dilma, que fez uma propaganda -- para enganar a população -- dos pratos de comida desaparecendo…E ganhou propina retirada da Petrobras?

    2.
    “Coração Valente”, a deusa brega do Petismo, só pode ser a ex-presidente Dilma. É isso mesmo?
    (Agora não entendo o porquê de colocar o símbolo de Copyright, — do Capitalismo --, logo após o apelido da Dilma Rousseff…) você pode explicar????

    3.
    E a tal de “religião”, que se fala tanto aqui, é um Partido Político??… Eu acho que é o PT, pois Petistas são fanáticos demais. Ou estou errado?…


    P.S.:
    Podem deixar as respostas aqui mesmo...

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