É compreensível que o fim do ano traga alivio. O ano que passou, quase que inteiramente, desnudou em termos nada incertos a extensão e profundidade do impacto, ainda que não completamente sentido, das escolhas erradas.
Mas da tragédia também podem vir coisas boas. E o ano pelo menos terminou trazendo um pouco mais de clareza. Ficou claro que o rumo deve ser corrigido. Que precisamos nos mexer. Que não da para ignorar mais.
Ou, se nada disso ficou evidente, pelo menos agora a gente tem a noção do preço que o destino cobrará caso não se tomem ações imediatas, decisivas e certas. O ano que começa é de oportunidade. Começando cedo, dá para fazer muita coisa. Mas serão fatalmente 12 meses de plantio. E de pouca colheita.
Melhorar a vida de todos é objetivo cuja execução exige atravessar décadas, gerações, diferentes governos. E portanto demanda consensos sobre objetivos, regras e meios. Consensos, por sua vez, precisam ser negociados, intermediados e implementados. E ai que mora o perigo.
Em lugares ou situações normais, cabe a politica e aos políticos as tarefa de intermediar as demandas, coordena-as e traduzidas em plataformas que recebam apoio da população. E, uma vez estabelecidas, as intuições cuidam de sua implementação providenciando meios e estabilidade que transformem anseios em pratica.
Para isso, credibilidade é fundamental. Não existe liderança sem que os seguidores depositem nos líder sua crença. E não existem lideres sem seguidores. Depois de anos assistindo o Estado sendo tomado por atores desconectados dos interesses de seus eleitores, fica difícil de acreditar. E mais urgente ainda discutir e encontrar soluções para reformas politica e institucional, sem as quais o avanço é impossível e o retrocesso quase certo.
Que, ao final dos próximos 12 meses, a gente possa estar contemplando o plantio bem sucedido de sementes que garantam um futuro melhor. Se isto acontecer, terá valido a pena mais um ano de sacrifício. Terá sido um feliz 2017!
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