sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Haverá alguma saída ao juízo final?

Sejamos sinceros e práticos: deve ser verdade, sim, tudo ou quase tudo o que foi contado até aqui em delações à Lava-Jato sobre a participação de Michel Temer em esquemas de arrecadação de recursos para o PMDB, partido que presidiu nos últimos 13 anos
clayton
É sabido pela humanidade minimamente informada que nenhum partido enfrenta eleições apenas com dinheiro do Fundo Partidário. Recebe-se dinheiro doado ou tomado de empresas e declarado à Justiça Eleitoral. E dinheiro não declarado, de Caixa dois.

Viola-se a lei quando se aceita dinheiro de caixa dois. Pois todos os partidos, absolutamente todos; todos os políticos, sempre ou em algum momento de suas vidas, receberam dinheiro de caixa dois. E omitiram da Justiça as despesas pagas com esse dinheiro.

A serem denunciados e punidos como deveriam, não sobrará nenhum. Seria um dos maiores julgamentos coletivos da História – 513 deputados federais, 81 senadores, fora ministros, ex-ministros, governadores e ex-governadores que a Lava-Jato pudesse alcançar.

Estamos dispostos a enfrentar tamanho desafio? Se estamos, adiante. E seja o que Deus quiser. Haveria outra saída? No quadro atual de dirigentes do país, não sei quem reuniria liderança e credibilidade para propor outra saída. Propor e ser escutado.

Os governos do PT apostaram no “nós contra eles”. O impeachment de Dilma aumentou a polarização. A herança deixada por ela é demasiadamente pesada para ser administrada por um presidente legítimo, mas carente de apoio popular e refém do Congresso.

Está nas mãos de Sérgio Moro e dos procuradores da Lava-Jato estabelecer ou não alguma alternativa ao juízo final.

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