Da mesma forma, o governador em exercício Francisco Dornelles também decretou luto oficial. Ficou faltando apenas o prefeito Eduardo Paes tomar idêntica providência, mas certamente não o fez, porque estava ocupado, brincando com seu novo hobby, o trenzinho do VLT.
À primeira vista, esses decretos de luto oficial parecem ser medidas acertadas, em termos de solidariedade e visibilidade política, beneficiando Temer e Dornelles, mas na prática essas iniciativas foram um desastre.
Melhor faria o presidente da República se pegasse o Aerolula e viajasse imediatamente para prestar solidariedade à família do sargento Andrade. O governador deveria fazer o mesmo, mas devia ter outras prioridades. E o prefeito também se omitiu, certamente por estar mais preocupado em produzir novos factóides e se exibir como candidato ao governo estadual.
O resultado dessa insensibilidade política e administrativa dos governantes é a indignação dos policiais do Rio de Janeiro, cujas associações agora estão exigindo luto oficial permanente, em homenagem às mortes dos colegas. Somente este ano foram assassinados já foram 65 policiais militares no Estado do Rio de Janeiro, onde o exercício dessa meritória profissão passou a ser de altíssimo risco, uma sinistra loteria.
A Associação dos Delegados de Polícia, presidida por Wladimir Reale, tomou a frente nessa onda de protestos e encaminhou uma reivindicação direta ao governador em exercício, Francisco Dornelles, nos seguintes termos:
“Cumprimentando-o, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (ADEPOL/RJ) tendo em conta as justas homenagens que vêm sendo prestadas ao Sd. Hélio Vieira Andrade, da Força Nacional de Segurança Pública, vítima em serviço durante os Jogos Olímpicos, pede a Vossa Excelência que adote idêntico procedimento, declarando luto oficial toda vez em que os policiais do Estado do Rio de Janeiro sejam mortos no cumprimento do dever, em defesa da sociedade fluminense.”
É sempre bom citar exemplos. O lendário prefeito Rudy Giuliani, que criou a política de “Tolerância Zero” na década de 90 e reduziu em 57% a criminalidade em Nova York, sempre fez questão de estar ao lado da comunidade e dos policiais, nos momentos de dificuldades. Quando perguntavam por que ele ia pessoalmente, ao invés de mandar algum representante, ele sempre respondia: “Eu pedi para ser prefeito, a responsabilidade por tudo o que acontece tem de ser minha”. É um grande exemplo.
No Brasil, precisamos de uma política de “Tolerância Zero”. No somente na segurança, mas na administração pública em geral. Aqui do lado debaixo do Equador, a tenebrosa realidade é que os governantes e as autoridades primeiro cuidam de si, o resto que se dane. Mas isso tem de acabar.
No Brasil, precisamos de uma política de “Tolerância Zero”. No somente na segurança, mas na administração pública em geral. Aqui do lado debaixo do Equador, a tenebrosa realidade é que os governantes e as autoridades primeiro cuidam de si, o resto que se dane. Mas isso tem de acabar.
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