sexta-feira, 15 de julho de 2016

Realeza de delinquentes

Nunca vi truta que quisesse comer um cacto, nem um cacto que quisesse devorar uma truta. E, no entanto, os homens destroem as trutas, os cactos, as montanhas, e se destroem a si mesmos
Ievguêni Evtuchenko
Cecil, Harambe e Juma, não apenas nomes, mas respeitáveis e dignos integrantes do planeta foram assassinados pelo imbecil Rei das Selvas nos últimos meses. Não cometeram qualquer crime além da perigosa proximidade com as feras denominadas homo sapiens.

Harambe, gorila de 17 anos e 200 quilos de uma espécie ameaçada de extinção, foi abatido no zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos. Em sua ficha criminal constava que segurava uma criança que, pela desatenção da mãe e falta de segurança do parque, caíra no fosso do animal. Pagou com a vida o erro humano.

O dentista americano Walter James Palmer, de Minnesota, pagou mais de R$ 150 mil para caçar e matar o leão Cecil, considerado símbolo do Zimbábue. O assassinato promovido pelo matador de aluguel é impagável e ainda mais criminosa a indústria da caça na África, que só os "civilizados" aprovam. 

De uma espécie ameaçada de extinção, a onça Juma foi abatida depois de participar da cerimônia com a tocha olímpica, na Amazônia. Mais um crime da longa lista de matança animal por mera bestialidade humana. O Rei das Selvas se digna senhor do corpo e alma dos súditos animais e deles se serve para exibição, prova de valentia e espetáculo. Tudo banhado a sangue e morte.

O anônimo jacaré de um lago artificial em resort da Disney matou (depois foi morto) o menino Lane Graves. Dois inocentes que só estavam ali para viver. Um os sonhos, o outro sua natureza.

Implacável essa animalidade humana que usa e abusa dos animais e da própria carne para satisfazer suas necessidades mais desumanas seja exibicionismo, valentia, dominação, poder. Nem mesmo o próprio homem escapa das suas garras de se achar o dono do mundo na natureza ou na denominada civilização.

Falem aí os políticos brasileiros que não nos deixam mentir. Da delinquência deles, em nome da democracia (?), não sobra bicho, criança nem aposentado. É o poder em ação de extermínio para continuar reinando soberano.

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