sexta-feira, 15 de julho de 2016

A responsabilidade pela omissão política e parlamentar

Importa menos se a omissão foi de Eduardo Cunha, de Waldir Maranhão, dos líderes dos partidos ou, agora, de Rodrigo Maia. A verdade é que nenhum presidente da Câmara ousou propor a mais obvia e natural medida para enfrentar os atuais tempos bicudos que nos assolam. Ninguém cogitou de suspender o recesso remunerado que hoje se inicia. Responsabilidade também para Renan Calheiros, presidente do Senado. Suas Excelências viajam hoje para seus estados e só retornam em agosto.

São inúmeros os obstáculos a superar em termos políticos, desde a formação de uma base sólida, honesta e eficiente no Congresso, seja para respaldar o palácio do Planalto, seja para transformar o Legislativo num pilar de sustentação da democracia.

O que ocorreu nas últimas semanas envergonha o país inteiro, entre choques, manobras, agressões e chicanas verificadas na Câmara e no Senado. As reformas necessárias à retomada na normalidade econômica dormem nas gavetas parlamentares. Deputados e senadores negam presença cinco dias por semana e agora preparam-se para quinze ou vinte dias de ócio.
A principal iniciativa do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deveria ser acabar com o recesso e até, se houvesse boa vontade, realizar sessões às segundas e sextas-feiras. Comporta-se o Congresso como se estivéssemos na normalidade.

Não demora muito para que permaneçam todos em suas bases, por conta das eleições municipais de outubro. Enquanto isso, instituições e partidos não se entendem, digladiam-se e oferecem à nação um espetáculo de desentendimento e omissão.

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