quarta-feira, 6 de julho de 2016

Milagres acontecem!

Se Deus é brasileiro, como não acreditar em milagres? Eles acontecem e até com data marcada. Podem consultar a folhinha. Se for ano eleitoral, até este mês começam obras e se "inauguram" aqueles conhecidos caça-votos, projetinhos de mil réis para atender curral. O boca a boca completa a obra de convencer sobre a honorabilidade e o trabalho dos candidatos situacionistas. É que só eles têm o monopólio da caneta e do papel.


Agora pode se percorrer quilômetros mil nos redutos políticos, que geograficamente são conhecidos por municípios. Vai-se esbarrar em tapa buracos, pó de pedra salpicado no barro, máquinas acertando aqui e ali. Sem contar as eternas reformas de pracinhas, que serão deixadas ao Deus dará por mais quatro anos ou década. Como os honoráveis prefeitinhos poderiam mostrar serviço se não fosse reformar praças abandonadas, ainda mais aquelas próximas a seções eleitorais?

E as obras para atender nichos de interesses? Se faz parque de skate, centro hípico, se promovem feiras de literatura e de arteanato. Se enfeitam os municípios com penduricalhos como os portugueses ofereciam espelhiam aos indígenas.

Embora muitos se vangloriem de uma modernização na política brasileira, a receita eleitoral ainda é composta de 90% de demagogia de esquerda ou de direita. Demagogia não tem mãe, porque é pródiga em presentear com o dinheiro alheio.

A farra nos cofres públicos para uso em "santinhos" de maquiagem está bem longe de acabar. Por mais que se criminalize o financiamento de campanha, a bica aberta dos governos é mais generosa. Sempre há sobras suficientes do dinheiro público para a cretinice governamental desequilibrar a balança para seus protegidos. E a ameaça eterna de que perderão a boquinha se a oposição vencer mexe com o bolso da malandragem, que se vira a cada dois anos para garantir o leite dos próximos dois.

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