Não conheço o jornalista Ricardo Melo, o ex-presidente da EBC – Empresa Brasileira de Comunicação - que ameaça entrar na justiça para ser readmitido alegando que seu mandato é de quatro anos. Mas acho um desaforo a Diretoria Executiva da empresa se manifestar de público para garantir o emprego dele. A lei prevê que o mandato é de quatro anos. Mas ela não diz em momento algum que o cargo é irremovível, portanto, cabe à presidência da república revogar o ato quando bem quiser. Aliás, está na hora de desaparelhar a EBC que se transformou no maior cabide de emprego público do país.
A diretoria da EBC, formada por militantes petistas, exige a recondução de Melo à presidência como se a empresa fosse propriedade desse grupelho que não só se apoderou dos cargos como alguns de seus jornalistas viraram porta-vozes do PT. Esquecem, entretanto, que a petezada, quando assumiu o governo, desrespeitou diretores das agencias reguladoras pressionando-os a abandonar as funções mesmo protegidos pela imunidade já que seus nomes tinham sido aprovados pelo Congresso Nacional.
No governo petista a EBC foi parar no fundo do poço. Os profissionais mais antigos, que não rezavam na cartilha do partido, foram perseguidos, discriminados e muitos demitidos. Distribuiu--se cargos de chefias a profissionais desqualificados e incompetentes cujos currículos foram forjados nos comitês de propaganda petistas. Muitos de seus diretores eram notoriamente militantes que passavam o tempo ocioso pendurados na rede social fazendo campanha da Dilma e denunciando como golpe o impeachment assegurado pela Constituição.
A notícia de que o jornalista Laerte Rímoli foi escolhido pelo governo para assumir a presidência da EBC alvoroçou o mercado editorial. Poucos profissionais no Brasil têm o currículo dele. E poucos conhecem tão bem de jornalismo como Rímoli. A sua indicação para a EBC é sinal de que o governo pretende democratizar a informação e dar à notícia a imparcialidade universal, pondo fim as informações tendenciosas da empresa.
Laerte Rímoli tem uma carreira invejável. Trabalhou em todas as grandes redações do país. Por onde passou deixou bons amigos e marcou sua trajetória pela eficiência e capacidade de trabalho. Ao contrário de outros presidentes que passaram pela EBC apenas por indicações políticas, Rímoli chega à principal agência de notícia do governo pela experiência que acumulou no jornalismo ao longo das últimas décadas.
A EBC, é o que se espera do novo presidente, vai ser reestruturada. Rímoli saberá escolher entre os profissionais competentes e os militantes que ainda vivem lá dentro como se estivessem numa célula política agitando a bandeira vermelha do PT. Os cabeças brancas estão acertando nas indicações para o setor de comunicação. Outro bom exemplo foi a convocação do jornalista e diplomata Pedro Luiz Rodrigues para gerenciar a comunicação internacional do governo.
Pedro é outro profissional de currículo invejável. Começou na Rádio Jornal do Brasil no início da década de 1970, trabalhou nas redações dos grandes jornais do país e na carreira diplomática honrou o nome do Brasil lá fora. Com todo o imbróglio que ainda envolve a posse de Temer, o governo pelo menos começa a acertar na comunicação. Bom sinal.
Jorge Oliveira
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