Foi a maior pena aplicada a um réu em uma única ação desde o início das investigações Lava-Jato.
De fato, a sentença lavrada pelo juiz Sérgio Moro chamou a atenção pelo o que diz em dois momentos. O primeiro:
- Não entendo, como argumentou o Ministério Público Federal, que o condenado dirigia a ação dos demais políticos desonestos, não estando claro de quem era a liderança.
O segundo:
- [Não reconheço o ex-ministro] como comandante do grupo criminoso, pelo menos considerando-o em toda a sua integralidade (empresários, intermediários, agentes públicos e políticos).
Na denúncia contra Lula apresentada ao Supremo Tribunal Federal no início de maio, Janot afirma que ele teve “papel central” na trama para tentar barrar a Lava Jato e a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.
O procurador conclui que Lula “impediu e/ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues e José Carlos Bumlai”.
O cerco a Lula só faz estreitar-se. Ele é alvo de quase uma dezena de investigações, incluindo-se as levadas a cabo pelo Ministério Público de São Paulo. Ou Lula acabará preso por um ou mais crimes, ou inocentado das suspeitas que, hoje, o perseguem.
Se preso, sua carreira política chegará ao fim. Se inocentado, será forte candidato a presidente da República daqui a dois anos. Sua idoneidade, afinal, terá sido atestada em todas as instâncias da Justiça.
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