De certa maneira essa aliança representa a retomada da unidade do Brasil, ante o “nós contra eles” do PT, claro que excluído o próprio PT e seus satélites. Esse é sem dúvida um dos principais ganhos que os brasileiros tiveram com a troca de poder. Não dá para matizar também o governo Temer como de direita ou de esquerda. Os termos, de tão usados, desgastaram-se e não expressam adequadamente o que se passa. O que temos é que há um duelo entre realismo e delírio, entre reconhecer as coisas como são ou querer projetar nelas desejos impossíveis. Nesse sentido, o governo Temer é realista, respeita as leis econômicas, os valores da nossa gente e a psicologia dos agentes do mercado. Isso, para os delirantes do PT, é ser “direita”. Por outro lado, O governo Temer manteve os programas ditos sociais, distributivistas, de forma sensata. Ele não poderia parecer aos mais pobres como algoz. Fez o certo. E certamente muitos dos que estão no governo vão continuar o eterno azáfama de ordenhar a máquina estatal. Felizmente, a roubalheira será menor do que na era PT.
No plano interno teremos também mudanças profundas. Nos últimos quatorze anos os que eu chamo de delinquentes sociais tiveram terreno livre para praticar suas barbaridades, paralisando setores e vias públicas, invadindo propriedades privadas e perpetrando todo tipo de balbúrdia “social” com o apoio financeiro e político da Presidência da República, certos da impunidade. Isso agora acabou. A lei valerá para todos. Os homens escalados para conduzir a área jurídica e policial do governo federal são defensores intransigentes da ordem. A festa acabou para os desordeiros, que ou se enquadram nos limites da lei ou sofrerão as consequências.
No plano econômico a mudança não poderia ter sido mais radical. Henrique Meirelles na Fazenda é a garantia de que pirotecnias heterodoxas não serão adotadas, as ações do governo serão previsíveis e sensatas e as leis econômicas serão respeitadas. Aliás, é na economia que vemos a motivação mais forte para a construção da maioria qualificada que decretou o impeachment. Se algo não fosse feito agora teríamos o desastre completo, com a desfazimento do tecido social como estamos a ver na Venezuela.
O patrimonialismo continua, claro, mas repaginado pela maligna experiência que foi o governo no PT, como aliás continuo depois de 1964, depois da igualmente experiência maligna de revolucionários no poder. O que se chama de patrimonialista é a elite que, de uma forma ou de outra, sempre conduziu os destinos do Estado. As inovações que as esquerdas no poder quiseram fazer mostraram-se desastrosas e a elite deu um basta a esses experimentos desastrosos. Sim, o Brasil mudou para que a vida pudesse continuar normal. Os patrimonialistas e seus aliados levaram novamente a razão para conduzir o Estado, substituindo o delírio dos revolucionários petistas.
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