quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E o PT parte no Verão


Eu vivi a inflação em todo o seu tétrico esplendor. Ainda não chegamos lá, mas o caminho é exatamente este: gastar demais, gastar errado, corrupção, incompetência, tudo em doses cavalares. Junto com a inflação galopante do passado recente, veio também o fantasma da escassez. Não havia carne, pois escondiam os bois. Comprar carro novo era um privilégio não apenas para os que tinham dinheiro, mas para os que tinham muita, muita paciência. Para comprar um jogo de pneus, já havia mercado negro, com ágio por sobre ágio. Pagar um restaurante com cartão American Express Platinum? Você era considerado um marginal que achava que os lojistas eram idiotas.

Os que ainda lembram do período em que os salários da gente eram reajustados 60% ou mais num único mês, do tempo em que uma passagem de avião custava 100 de manhã e 200 na semana seguinte, não vão sentir saudades dos postos de gasolina fechados das 20 às 06h da manhã do dia seguinte e também nos finais de semana inteirinhos. Por outro lado, alguns vão sentir saudades das operações de overnight e de open Market, que fizeram alguns milionários sem produzir uma simples tampinha de garrafa.

Tudo isso aconteceu, gente! Tudo isso e muito mais, por incrível que possa parecer. Os que viveram esta época insólita e nojenta, comemoraram a retomada da normalidade com a URV e o Plano Real, vibraram com o tripé macroeconômico e com as defesas que foram criadas para que aquela época não voltasse. Com a estabilização do Real, retomamos o convívio com a estabilidade e a inflação de quase zero, coisas que já imaginávamos como algo impossível. Passamos a nos localizar melhor no mundo civilizado, até porque havia caído o tal “depósito compulsório”, que as pessoas tinham de fazer para poder viajar para o exterior. Você ouviu bem (e lembrou): depósito compulsório para poder viajar às nossas custas, com o nosso dinheiro!

Chega a doer na alma ver que estamos a caminho de tudo isto de novo, graças às escolhas medonhas e cretinas que fizemos neste país. Depois que o PT passou a ser protagonista, ao invés de ocupar apenas o confortável posto dos que criticam e nada fazem, as coisas começaram a desandar devagarinho nas cidades, depois nos estados e, depois de 13 anos, na Federação. Rasgaram os manuais de matemática simples, evitaram as calculadoras, expulsaram o bom senso e desandaram a gastar, gastar e gastar. Desdenharam as boas práticas gerenciais, repeliram os bons e implantaram uma casta de ladrões e incompetentes que, obviamente, nos levaram à beira do caos e de volta potencial a um passado que, por sua configuração, poderá ser ainda mais danoso do que foi o seu ancestral.

As evidências abundam: empobrecimento veloz da população emoldurada pelos números suicidas de um PIB decrescente, indústria em depressão por falta de dinheiro, energia e inovação, emprego em queda e pessoas em depressão por verem suas conquistas em direção ao ralo, ausência de projeto de nação, violência explodindo em cada bairro, autoestima em erosão, preços apontando para o alto e valores como ética e justiça cada dia mais distantes. Estes são os resultados de um país governado por um bando, uma quadrilha, uma organização criminosa. Corrupção? Apenas o resultado mais bisonho de tudo isto acima.

Impedir Dilma, prender Lula, eliminar o PT da vida política brasileira, acabar com a imunidade parlamentar e punir a todos os corruptos com a dura pena da lei são muito mais do que medidas preventivas para que não retornemos ao pior passado de nossa existência. Trata-se apenas de medidas profiláticas para que tenhamos algum futuro. O fim deste pesadelo é um sonho colorido de verão. Graças a Deus o verão está recém começando...

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