A arrogância com que Dilma Rousseff se diplomou para o segundo mandato contrasta com o que aconteceu a partir da posse. A nova legislatura ficou ainda mais hostil do que aquela que a acompanhou no governo anterior. Seu partido, o PT, ficou francamente minoritários e, por isso, teve que arquivar sua preciosa agenda legislativa no rumo da revolução cultural. Foi o primeiro sinal de fraqueza. Antes, duelou com o PMDB e perdeu, tendo que engolir como presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha. Passou a conviver com o inimigo declarado.
Em paralelo, vimos que a crise econômica se instalou com toda a contundência, em profundidade antes insuspeitável. Ela, sozinha, é capaz de colocar a opinião pública a favor do impeachment. Os índices anêmicos de popularidade da presidente são o sintoma claro do agravamento das condições econômicas. Inflação e desemprego caminham de mãos dadas para flagelar a clientela preferencial do PT, a população mais pobre. Os mais ricos, por outro lado, há muito deixaram o PT órfão. A crise moral com o petrolão atingiu em cheio sua representatividade no chamado PIB.
As eleições municipais do ano que vem já têm seu resultado desenhado e será uma acachapante derrota do partido governante. Não creio que o processo de impeachment espere fechar as urnas, todavia. O desfecho inexorável acontecerá bem antes.
Dilma Rousseff está sentada à beira do abismo, seduzida pela profundidade e o anseio de jogar-se no vazio. Como diria Nietzsche, mesmo o menor dos abismos precisa ser transposto e esse é gigantesco. Não tem mais volta: será apeada do poder.
Quem viver verá.
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