O agricultor disse que não esperava que sua causa fosse chegar tão longe quando entrou em contato com a ONG alemã Germanwatch durante a Conferência do Clima da ONU (COP20) em dezembro de 2014, em Lima. "Não esperava tanta repercussão, mas as mudanças climáticas interessam a todos", declarou.
O agricultor e guia de montanha vive e trabalha em Huaraz, uma cidade cerca de 450 quilômetros ao norte de Lima e localizada na Cordilheira Branca, no norte dos Andes peruanos.
Depois de ver com seus próprios olhos como o volume do lago glacial de Palcacocha aumenta gradualmente por causa do degelo, e preocupado com as consequências trágicas – como inundações – que o transbordamento ou rompimento da barragem poderiam acarretar para sua cidade, Lliuya decidiu pedir ajuda para a ONG especializada em mudanças climáticas.
Lago Palcacocha |
Depois de analisar quais são as 50 empresas que mais poluem em nível mundial, a ONG alemã aconselhou Lliuya a apresentar uma ação individual contra a RWE para obter fundos para a construção de um dique que possa prevenir uma possível inundação da cidade e garantir a segurança dos turistas europeus e americanos que visitam a região caso haja o colapso da represa do lago de Palcacocha.
De acordo com a Germanwatch, tendo em conta que a RWE é a principal emissora de CO2 em nível europeu e responsável por 0,5% das emissões em nível mundial desde o início da Revolução Industrial – segundo um estudo publicado em 2014 –, ela teria que disponibilizar cerca de 17 mil dos 3,5 milhões de euros que deveriam ser investidos para evitar o possível colapso do lago glacial. Um valor simbólico, mas que, segundo a ONG, "seria um primeiro passo importante para a causa".
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