Desde que se instalou na Justiça Federal a operação Lava Jato, também se paralisaram as grandes obras, tradicionalmente tocadas pelo feudo das empreiteiras cujos dirigentes amargam há meses na cadeia à espera da conclusão de seus processos, até que sejam expedidas suas sentenças. Na verdade, todos já se acham sentenciados e condenados, pelo menos pela opinião pública e pela mídia, seja em Manga, no Catolé do Rocha e no resto do Brasil. Até no exterior, a avaliação feita do nosso país pelas mídias locais nos instala na liderança do ranking de subdesenvolvimento e de corrupção.
Mas, como se acha, estamos em outubro e às portas de mais um ano perdido. É preciso que o país volte a trabalhar, a produzir, a ter segurança e esperança. O país não suporta mais perder tempo com a discussão do impeachment, da permanência ou não de Eduardo Cunha à frente da presidência da Câmara e de Renan Calheiros na presidência do Senado, se vão ambos, junto com seus apoiadores, para a cadeia de qual cidade ou bairro. Se o dinheiro que tem nos bancos da Suíça, a mulher de Cunha ganhou fazendo unha, vendendo Avon ou costurando para fora. Se Dilma pedalou ou rosetou. Se Lula ganhou propina da indústria automobilística para editar MPs, se seu filho, o Lulinha é ladrão, ou foi favorecido com dinheiro da corrupção ou nada disso: é um santo.
Certo é que a vida parou, as pessoas estão com fome, desempregadas, desassistidas, há greves na educação, na segurança pública, na saúde, no Judiciário, no INSS, nos bancos. Daqui a uns dias, nas igrejas, nas boates, nos estádios de futebol, no jogo do bicho, nos shoppings populares. Tudo parou, menos a pontualidade e eficiência de nossos credores. E ainda assim, não se ouvem propostas de mudanças. Estamos mergulhados na maior crise de imaginação e criatividade de nossos tempos. E na maior irresponsabilidade daqueles que têm nas mãos os instrumentos da mudança.
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