segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Metas climáticas aquém do esperado

Em menos de oito semanas, representantes de 195 países se reunirão em Paris para decidir sobre o futuro do clima global. No dia 1° de outubro, expirou um prazo informal para que todos os Estados que aderiram à "Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima" (UNFCCC) apresentem suas metas para 2025 e 2030. Até agora, 146 nações apresentaram seus planos de contribuição nacional, os chamados INDCs.

"São muitos países, com uma diversificação geográfica alta", diz Nick Nuttall, porta-voz da UNFCCC. "Entre eles, estão todos os países industrializados e os principais países em desenvolvimento. Mesmo que agora sejam apresentados mais INDCs, isso não vai fazer muita diferença."

O programa do clima continua se baseando no princípio da esperança e ainda não em medidas que realmente sejam alcançadas de forma eficaz
Christina Hey, secretário-geral do Conselho do Ambiente

Os pesquisadores acreditam que os piores efeitos da mudança climática só podem ser evitados se a Terra se aquecer menos de dois graus Celsius. No entanto, os INDCs apresentados até agora não conseguem ficar abaixo deste limite.

Se todos eles forem implementados, a temperatura ainda aumentaria 2,7 graus, em comparação com os tempos pré-industriais, segundo cálculos dos pesquisadores da Clima Action Tracker (CAT). CAT é uma análise independente, criada por quatro institutos de pesquisa, que investiga os compromissos voluntários dos países em relação à proteção do clima.


"Todos os governos precisam rever os seus próprios compromissos novamente", reivindica Louise Jeffery, pesquisadora do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto sobre o Clima e que está ligada ao CAT. "Se os países entregarem antes da Conferência sobre Mudança Climática INDCs revistos, se comprometendo a reduzir ainda mais as emissões de poluentes, então isso ajudaria a fechar um acordo climático mais forte", avalia.

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A maioria das estratégias climáticas avaliadas pela CAT recebeu o título de "regular" ou "insuficiente". A Índia, por exemplo, ficou entre os últimos países a entregarem seus INDCs – e o país é um dos mais importantes em termos de futuras emissões de CO2. A economia emergente pretende reduzir suas emissões em um terço até 2030 – no entanto, em dependência de seu crescimento econômico. Então, se o PIB indiano se duplicar nos próximos anos, a Índia também poderá emitir duas vezes mais poluentes na atmosfera – subtraindo-se a redução pretendida. 

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