Cidade vive a somatização da crise: sintomas físicos em consequência da insegurança econômica, da desorientação do governo e da incerteza geral
Recebi do deputado federal Índio da Costa um e-mail em que ele dá o seu testemunho sobre a violência na cidade. “A política me faz caminhar nas comunidades e tenho visto com os próprios olhos que traficantes e milicianos estão novamente armados como estavam antes das UPPs.
O conjunto de violência, crime e desilusão crescente com o projeto de ocupação aumenta a percepção de insegurança. Pesquisa feita nos dias 22 e 23 de agosto deste ano com 1.200 pessoas no Rio (capital) mostra que 85,2% dos entrevistados sentem medo ao sair de casa e 73,5% temem andar nas ruas”.
A pesquisa confirma a sensação de que tem aumentado — e não só no Rio — a somatização das crises, ou seja, o número dos que na televisão, nos jornais e na internet se queixam de sintomas físicos em consequência da insegurança econômica, da desorientação do governo e da incerteza geral.
Uns se dizem estressados por causa da violência. Um casal não consegue dormir direito com medo de que o marido perca o emprego. Uma pequena empresária tem permanente dores de cabeça e enjoos desde que constatou uma queda brutal no movimento de sua loja.
A jovem que não consegue emprego se revolta quando lê sobre a corrupção e os escândalos. Uma dona de casa que teve de reduzir gastos com alimentos entrou em depressão.
Como não acredita que o governo do estado sozinho possa resolver tudo — “ainda mais com o déficit de R$ 1 bilhão ao mês causado pela perda dos royalties e a rápida desaceleração da economia” — o deputado pretende mobilizar a classe política e a sociedade em torno de um projeto conjunto.
Nesse sentido, um seminário está marcado para o próximo dia 10, quando ele aproveitará para debater o conceito das janelas quebradas, que Rudolph Giuliani (com quem conversou quando ele esteve aqui recentemente) aplicou como prefeito de NY para combater a desordem urbana.
Mas embora a crise se apresente mais dramática no Rio sob a forma de violência, as manchetes dos últimos dias mostram que ela atinge todo o país sob a dimensão econômica. “Levy não descarta aumentar IR”, “Governo planeja elevar Cide, IOF e IPI” e, se não fosse suficiente, a notícia de que o Brasil foi rebaixado, isto é, perdeu o selo internacional de bom pagador.
Mesmo antes, se em vez de ajustar suas contas, a presidente tinha anunciado que adotaria “alguns remédios amargos, mas necessários”, imagina o que virá. O pior é que são remédios que devem aumentar o sofrimento psicológico e físico do paciente, que é quem paga a conta, e não garantem a cura.
Recebi do deputado federal Índio da Costa um e-mail em que ele dá o seu testemunho sobre a violência na cidade. “A política me faz caminhar nas comunidades e tenho visto com os próprios olhos que traficantes e milicianos estão novamente armados como estavam antes das UPPs.
O conjunto de violência, crime e desilusão crescente com o projeto de ocupação aumenta a percepção de insegurança. Pesquisa feita nos dias 22 e 23 de agosto deste ano com 1.200 pessoas no Rio (capital) mostra que 85,2% dos entrevistados sentem medo ao sair de casa e 73,5% temem andar nas ruas”.
A pesquisa confirma a sensação de que tem aumentado — e não só no Rio — a somatização das crises, ou seja, o número dos que na televisão, nos jornais e na internet se queixam de sintomas físicos em consequência da insegurança econômica, da desorientação do governo e da incerteza geral.
Uns se dizem estressados por causa da violência. Um casal não consegue dormir direito com medo de que o marido perca o emprego. Uma pequena empresária tem permanente dores de cabeça e enjoos desde que constatou uma queda brutal no movimento de sua loja.
A jovem que não consegue emprego se revolta quando lê sobre a corrupção e os escândalos. Uma dona de casa que teve de reduzir gastos com alimentos entrou em depressão.
Como não acredita que o governo do estado sozinho possa resolver tudo — “ainda mais com o déficit de R$ 1 bilhão ao mês causado pela perda dos royalties e a rápida desaceleração da economia” — o deputado pretende mobilizar a classe política e a sociedade em torno de um projeto conjunto.
Nesse sentido, um seminário está marcado para o próximo dia 10, quando ele aproveitará para debater o conceito das janelas quebradas, que Rudolph Giuliani (com quem conversou quando ele esteve aqui recentemente) aplicou como prefeito de NY para combater a desordem urbana.
Mas embora a crise se apresente mais dramática no Rio sob a forma de violência, as manchetes dos últimos dias mostram que ela atinge todo o país sob a dimensão econômica. “Levy não descarta aumentar IR”, “Governo planeja elevar Cide, IOF e IPI” e, se não fosse suficiente, a notícia de que o Brasil foi rebaixado, isto é, perdeu o selo internacional de bom pagador.
Mesmo antes, se em vez de ajustar suas contas, a presidente tinha anunciado que adotaria “alguns remédios amargos, mas necessários”, imagina o que virá. O pior é que são remédios que devem aumentar o sofrimento psicológico e físico do paciente, que é quem paga a conta, e não garantem a cura.
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