Na realidade, o jamegão presidencial funciona como reserva de mercado, deixando o campo livre para os mamateiros de estimação. Ai, a mamata! Orgulho da produção nacional, tão perseguida e, no entanto, tão vitoriosa sob os auspícios do governo.
Mesmo enfrentando a garimpagem e a grilagem em terras indígenas, o contrabando de ouro e madeira, os fabricantes de cloroquina durante a pandemia, as empresas multinacionais de armamento patrocinadas pela Secretaria de Cultura, a mamata conseguiu se destacar entre as atividades que mais prosperaram no Brasil dos últimos três anos e meio.
Os exemplos de sucesso vêm de cima. Vide o caso Renan Bolsonaro. Com os três irmãos mais velhos investigados por falcatruas, ele manteve a tradição e entrou na mira da PF, por suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A mamata é um negócio familiar, que passa de pai para filho. E não para: o presidente gastou R$ 4,2 milhões no cartão corporativo em 35 dias.
A grande família das Forças Armadas não poderia desperdiçar a chance. Torrou milhões na operação Verde Brasil, e a Amazônia continua sendo destruída. Usou verbas do combate à Covid com picanha, camarão e uísque. Inacreditavelmente, não sabe explicar a compra de milhares de comprimidos de genéricos do Viagra. Trair e conspirar contra as instituições, tramando um golpe militar, tem lá suas recompensas.
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