É uma realidade paralela que, embora não tenha vasos comunicantes com a verdade dos fatos, pode ter turvado a visão de uma parcela significativa dos brasileiros sobre o ex-condenado Lula, apontado como o chefe de uma organização criminosa que saqueou a Petrobras e áreas circunstantes. Mas eu seria parcimonioso, muito parcimonioso, ao comemorar a difusão da realidade paralela.
A mesma pesquisa da Quaest mostra que a soma dos que não acham que Lula é o melhor candidato para combater a corrupção alcança 53%, aí incluídos Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Ciro Gomes, João Doria, Datena, Luiza Trajano, Eduardo Leite e outros. Se somarmos a porção dos entrevistados que não souberam ou não quiseram responder, 19%, esse número sobe para 72%. Ainda que, numa pesquisa futura, metade desses últimos acabe entrando na realidade paralela, Lula teria um total favorável de 37% — um número assombroso para qualquer pessoa que tenha mais de dois neurônios, sem dúvida, mas que está longe de ser a maioria absoluta.
É preciso que se diga que a mesma sondagem aponta que a corrupção é o maior problema do Brasil apenas para 10% dos entrevistados. E que a vantagem de Lula é superior nos quesitos que mais causam insônia aos cidadãos: saúde (37%) e economia (44%). Ou seja, quanto pior o país ficar nessas áreas, melhor para o ex-condenado.
Na verdade, os petistas têm de torcer para que corrupção não se torne assunto importante na eleição de 2022, ainda mais se Sergio Moro entrar na disputa. Se isso ocorrer, não haverá um Gilmar Mendes capaz de deter as campanhas que mostrarão impiedosamente a roubalheira perpetrada sob os auspícios de Lula. E um debate direto com ex-juiz da Lava Jato sobre o tema não deverá ser propriamente um passeio para o chefão da organização.
Melhor deixar a corrupção para lá, petistas, sob pena de o Pixuleco voltar com força.
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