Na coluna, eu dizia que a Justiça não se contentaria com uma argumentação tão lacônica. “Bolsonaro”, escrevi, “terá de responder extensivamente sobre os episódios em que violou a Constituição, estuprou as instituições, acusou sem provas, jogou o povo contra o Congresso e o STF, botou órgãos de Estado a seu serviço, encobriu sujeiras dos filhos e dos asseclas, mentiu compulsivamente, agrediu minorias e promoveu o desmoronamento da nação com seu ministério de celerados. O crime de mandar os humildes para a morte, exortando-os a sair de casa em plena pandemia, talvez tenha de ser julgado por um tribunal com sede na Holanda”.
No dia 1º daquele mês de maio, o Brasil tinha 6.354 mortos. No dia 30, atingiu 28.834 —um crescimento de 353%. Alguém acreditaria que chegaríamos a números como os 430 mil de hoje? Sim: os médicos e cientistas que —e está tudo gravado— alertaram para isso o tempo todo.
Bolsonaro não está em pessoa no banco dos réus. Mas, simbolicamente, sim. É representado por cada um de seus cúmplices que se senta à mesa da CPI e que, querendo ou não, fornece informações.
Marcelo Queiroga foi Bolsonaro. Fábio Wajngarten foi Bolsonaro. E, daqui a dias, Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello serão, espetacularmente, Bolsonaro.
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