O Tribunal Superior Eleitoral, com condução firme e transparente, venceu todos os obstáculos e permitiu que cerca de cento e trinta milhões de brasileiros pudessem acorrer às urnas e legitimamente escolher os seus representantes municipais da próxima quadra.
Se pudéssemos eleger o vencedor dos vencedores, ele foi, sem sombra de qualquer dúvida: o POVO BRASILEIRO.
O povo que não se deixou abater pelo medo e enfrentou, com regras sociais adequadas, o alarmante surto de Coronavírus. E votou consciente.
O povo que demonstrou uma sutil tendência de fugir ao estereótipo maniqueísta vencedor do último pleito.
O arco ideológico encaminhou-se mais para o centro do ideário político. E indicou possíveis mudanças!
Alguns destemperados poderiam jocosamente “viralizar” mais uma piada de mau gosto: “são uns isentões”. Aliás, até pouco tempo, quase uma ofensa contra pessoas menos propensas ao confronto.
Mais de cinco mil municípios encerraram suas disputas e precisarão, os eleitos, se organizarem para transformar a vontade do povo expressa nos votos, em ações que dignifiquem ainda mais o processo democrático.
Entretanto, duelos importantes, sobretudo em colégios eleitorais de capitais, ainda se desenvolvem. O caldo resultante dessas disputas mais emblemáticas, por certo, influenciará nos próximos dois anos o ritmo, as alianças e os processos para a seleção aos postos de maior relevância nos legislativos e executivos em todo o país.
A frase mais ouvida nas muitas entrevistas concedidas a órgãos de imprensa pelos candidatos ainda em disputa foi: desejo uma campanha propositiva.
Surpreendeu-me o uso dessa expressão. Ora bolas!
Alguém busca convencer pessoas, em contenciosos eleitorais, que não seja propondo ideias a realizar?
Como sempre existe uma exceção. Até se pode tentar esse caminho pantanoso, sob determinadas circunstâncias e em curtos períodos de tempo.
É quando as ideias são transformadas em vagas de ódio para fortalecer a sanha de seguidores inescrupulosos; é quando o concorrente passa a ser um inimigo a ser eliminado; é quando o programa de governo a ser desenvolvido não passa de uma quimera, mas oferece pão e circo aos eleitores menos preparados para a escolha consciente. Aí não se apresentam propostas, apenas rancor, ódio e engodo.
É por isso mesmo eleitor, passada a adrenalina desse primeiro embate, que você deve refletir e se preparar para expurgar líderes que conduzem a sua trajetória política como se guiasse carros desgovernados.
A cada curva, um freio de supetão para mostrar quem manda. A cada chicana, uma mudança de postura, ansiando obter vantagens ao passar reto onde deveria reduzir a velocidade. A cada falta de combustível, uma parada para abastecer com apenas um galão que o leve até o próximo posto. A cada infração à regra, um pedido de reconsideração, mesmo sabendo que não lhe é merecido o perdão.
Melhor pressionar a tecla ENTER dos candidatos que se mostram aptos a conduzir “na ponta dos dedos” o seu destino, eleitor.
Candidatos que demonstrem conhecer verdadeiramente os problemas da sua urbe. Que utilizem planejamentos claramente factíveis e que, em consequência, tenham foco para chegar até a linha da vitória, conquistando para vocês o troféu mais importante: o da paz e o do bem-estar social.
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