A realidade político-policial é apreensível pelos cinco sentidos: Bolsonaro puxou o tapete da prisão de condenados em segunda instância. Tentou interferir na PF para livrar o filho senador de maiores apuros. Tem um advogado que escondeu Fabrício Queiroz, faz negócios com gente encrencada e se encontra com ele às escondidas no Palácio do Alvorada. Nomeou como PGR um inimigo da Lava Jato. Virou amigo de infância de ministros do STF antes odiados pelos bolsonaristas. Forçou a saída de Sergio Moro do governo. Trabalha pela reeleição como se nunca houvesse dito que a extinguiria. Quer comprar votos em 2022 ampliando o programa assistencialista que criticava. Deu as costas para a agenda liberal na economia. E, por último, mas não menos importante, aliou-se ao Centrão, antes considerado inimigo como o PT. Nunca houve traição tão grande, mas os bolsonaristas seguem firmes com ele.
Os seus fanáticos gostam de dizer que o Brasil está há quase dois anos sem corrupção. Não põem na conta a descoberta da rachadinha no gabinete de Flávio, os cheques de Fabrício Queiroz para Michelle Bolsonaro ou os apartamentos comprados com dinheiro vivo pelos filhos do presidente. Tiraram do currículo dos Bolsonaro qualquer fato desabonador, assim como funcionários do Detran somem com pontos da carteira do motorista que lhes pagou uma cervejinha. Vamos esquecer o passado. E você vai comparar essas vaciladas com a montanha de dinheiro roubada durante os governos do PT, seu isentão? Desonestidade virou conceito relativo. Depende da quantia. O que os bolsonaristas também fingem não ver é que, ao entregar-se ao Centrão, o presidente assinou um pacto com o fisiologismo e um contrato futuro de corrupção da grossa.
A turma ganhou o apelido de gado. Eu prefiro chamar mesmo é de mulher de malandro.
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