Os dados são de 2018, antes da pandemia e quando o país engantinhava para se recuperar da recessão iniciada quatro anos antes.
A quantidade de lares que conseguiam prover alimentos para todos os seus membros atingiu 63,3% em 2018, o menor patamar desde 2004, quando a pesquisa começou. Em 2013, ano da pesquisa anterior, eram 77,4% dos lares que tinham segurança alimentar, o recorde da série.
Dos 68,9 milhões de lares no país, 36,7% enfrentavam algum problema para garantir qualidade e quantidade dos alimentos para todos os membros da família, a chamada insegurança alimentar.
A pesquisa classifica os lares em segurança alimentar e três níveis de insegurança alimentar (passando desde perda de qualidade em alimentos até a falta de comida para todos os membros do lar, podendo chegar à situação de fome).
A POF mostra ainda que mais de 41% dos 207,1 milhões de habitantes do pais, ou 84,9 milhões de pessoas vivem em casas onde existe dificuldades para colocar comida na mesa.
Assim, 56 milhões estavam domicílios com insegurança leve (falta de qualidade nos alimentos), 18,6 milhões em domicílios com insegurança moderada (falta de qualidade e quantidade na comida, mas preservando alguns membros) e 10,3 milhões de pessoas em lares com insegurança grave (falta de qualidade e quantidade na comida, podendo chegar à situação de fome).
Na divisão regional, Norte (10,2%) e Nordeste (7,1%) foram as que tiveram os maiores percentuais de insegurança alimentar grave no total de seus domicílios. Na sequência, estão Centro-Oeste (4,7) e Sudeste (2,9%). A região com a menor incidência deste tipo de insegurança alimentar é a Sul (2,2%).
Os problemas relacionados à escassez ou falta de alimentos ocorrem com mais intensidade em lares cuja pessoa responsável é uma mulher ou uma pessoa parda. Em 2018, 61% das famílias chefiadas por homens estavam na faixa de segurança alimentar. No caso da mulher como chefe, eram 38,6% nesta faixa.
Gabriel Martins
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