Correndo na mesma raia, o Supremo entope a Justiça Eleitoral de processos criminais, sabendo que tudo vai prescrever; retira o poder de fiscalização do antigo Coaf, da Receita Federal e do Banco do Brasil; e promove a blindagem de importantes investigados tipo Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e muitos outros que se emaranharam no pente fino das declarações de renda e patrimônio.
E o presidente Jair Bolsonaro também colabora, ao fazer cara de paisagem, fingindo que não sabe de nada, dizendo que a blindagem do filho Flávio e de Queiroz significa apenas amplo direito de defesa e alegando que o corte das verbas da Polícia Federal foi mera coincidência.
Se não existisse o entendimento sinistro entre os Três Poderes, que é uma situação inimaginável em regime democrático, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, já se apressaria a colocar em julgamento a decisão que tomou solitariamente, em pleno recesso do Judiciário em julho, quando não somente mandou suspender o inquérito de Flávio Bolsonaro e Fabricio Queiroz, como também resolveu estender o ato a todos os investigados pela Receita, incluindo ele próprio, o amigo Gilmar Mendes e as veneradas esposas.
A prioridade a esse julgamento da blindagem geral seria obrigatória em qualquer país democrático. No Brasil do Pacto Sinistro, porém, vai ficar para as calendas, como se dizia antigamente. A prioridade de Toffoli é justamente ao contrário – quer julgar primeiro os recursos para cancelar as condenações da Lava Jato, soltar o ex-presidente Lula da Silva, junto com os outros políticos e empresários que cumprem pena, anular os inquéritos em curso e evitar a prisão de corruptos que ainda estão temporariamente fora da cadeia, como Michel Temer, Aécio Neves, Moreira Franco, Eliseu Padilha, Romero Jucá e muitos outros mais.
Este conluio entre os Três Poderes é uma novidade em país democrático, fruto do lobby mais bem estruturado que já se montou no Brasil, e não falta dinheiro para comprar consciências, inclusive na imprensa escrita, falada e televisada, como se dizia antigamente. Mas os militares que infestam o governo nada vêem e também fazem cara de paisagem, satisfeitos com a situação política, que lhes garante duplicidade de salários, altas mordomias, a sensação de poder e… o cartão corporativo, é claro.
Em outubro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, deve colocar em pauta julgamentos do interesse dos criminosos, como os recursos que visam a anular as condenações do ex-juiz Sérgio Moro, questionam a constitucionalidade das prisões após condenação em segunda instância e discutem a validade da decisão da Segunda Turma que cancelou a sentença imposta por Moro a Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, aquele que “patrocinava “ a carreira artística da amante e alugava jatinho para lua-de-mel em Buenos Aires, tudo pago com dinheiro do Banco do Brasil, é claro.
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