Lula está preso há um ano e quase três meses. Nesse período, recorreu um sem-número de vezes contra a sentença que o tornou um presidiário. Com o Judiciário aberto, perdeu em julgamentos coletivos —ora por unanimidade, ora por maioria de votos. Se recorrer nas férias, o julgamento de um plenário será substituído pela decisão de um plantonista. E Dias Toffoli não é um plantonista qualquer.
Antes de vestir toga, Toffoli foi assessor da liderança do PT na Câmara, advogado eleitoral de Lula, auxiliar jurídico de José Dirceu na Casa Civil e advogado-geral da União no governo do agora presidiário petista. A despeito desse histórico, Toffoli não hesitou há um ano em liderar na Segunda Turma a votação que abriu a cela de um José Dirceu já condenado em segunda instância a mais de 30 anos de cadeia.
Melhor seria que os advogados de Lula não recorresse nas férias. Se recorrerem, Toffoli talvez devesse indeferir rapidamente o pedido. Deferindo, seria aconselhável que trocasse o terno por uma armadura. Se dissesse que concedeu uma liminar a Lula guiando-se apenas por sua consciência de juiz, Toffoli cutucaria a opinião pública com o pé. E passaria o resto da vida fugindo das mordidas. O bom senso recomenda evitar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário