sábado, 25 de maio de 2019

Seria governo isso aí?

Ainda nem sequer se completaram cinco meses, e a pergunta no ar tem resposta na bucha: Faz de conta. Há um presidente eleito e empossado democraticamente. Quanto a governo, há controvérsias. A impessoalidade do cargo foi mandada às favas em nome de uma nova política orientada por quem há 29 anos se banqueteou na velha política, inclusive com seus cacoetes e métodos nada politicamente corretos como viver do achincalhe dos opositores, além de otras cositas más.

A esperança de milhões, orientada pela pauta de luta contra a corrupção e pela melhora da economia, vem a cada dia sendo jogada pelo lixo em troca de uma governança de apressar apenas o cumprimento da lista de promessas aos apoiadores. A batalha contra a corrupção e o crime vem sendo relegada, ou tocada em câmera lenta. A reforma da Previdência, pó de pirlimpimpim para desencantar o país, se esvai como poeira para se tornar pó de traque.

Contra a violência, acena-se com a violência de mais armas nas mãos de quantos tiverem dinheiro para comprar armamento e frequentar cursos de tiro. Nenhuma ação, sequer indicativo, de medida para conter a onda de crimes. Disparam-se as armas de bandidos e mocinhos, mas quem cai morto é trabalhador, mulheres mortas são contadas por hora, e nenhum ai presidencial. Para esses não existe presidente.


Por sinal, o governo não se manifesta em nenhum momento - a não ser o que lhe interessa - sobre criminalidade, desemprego, destruição ambiental, mortandade hospitalar, falta de medicamentos. Há um silêncio tumular no Planalto quanto aos dramas que envolvem a população, enquanto se trombeteia as próprias favas mágicas.

Se não houve lua de mel, tumultuada pelo laranjal familiar- fantasma que apavora por não se poder intervir descaradamente no Judiciário como se fez no Ibama -, com as bençãos presidenciais, no melhor estilo Nicolás Maduro, se organiza uma marcha em favor da pessoa do governante e sua "administração" eivada de erros constitucionais sem qualquer projeto de curto ou médio prazo para mitigar os sofrimentos de quem não tem dinheiro ou passa fome. Os pobres ficam à beira da miséria até o pó de 
pirlimpimpim dar resultado. Se der. Se não, continuam à beira da cova, mas pagarão os tributos devidos.

O capitão Messias faz do país sua imagem e semelhança: medíocre.
Luiz Gadelha

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