A esperança de milhões, orientada pela pauta de luta contra a corrupção e pela melhora da economia, vem a cada dia sendo jogada pelo lixo em troca de uma governança de apressar apenas o cumprimento da lista de promessas aos apoiadores. A batalha contra a corrupção e o crime vem sendo relegada, ou tocada em câmera lenta. A reforma da Previdência, pó de pirlimpimpim para desencantar o país, se esvai como poeira para se tornar pó de traque.
Contra a violência, acena-se com a violência de mais armas nas mãos de quantos tiverem dinheiro para comprar armamento e frequentar cursos de tiro. Nenhuma ação, sequer indicativo, de medida para conter a onda de crimes. Disparam-se as armas de bandidos e mocinhos, mas quem cai morto é trabalhador, mulheres mortas são contadas por hora, e nenhum ai presidencial. Para esses não existe presidente.
Por sinal, o governo não se manifesta em nenhum momento - a não ser o que lhe interessa - sobre criminalidade, desemprego, destruição ambiental, mortandade hospitalar, falta de medicamentos. Há um silêncio tumular no Planalto quanto aos dramas que envolvem a população, enquanto se trombeteia as próprias favas mágicas.
Se não houve lua de mel, tumultuada pelo laranjal familiar- fantasma que apavora por não se poder intervir descaradamente no Judiciário como se fez no Ibama -, com as bençãos presidenciais, no melhor estilo Nicolás Maduro, se organiza uma marcha em favor da pessoa do governante e sua "administração" eivada de erros constitucionais sem qualquer projeto de curto ou médio prazo para mitigar os sofrimentos de quem não tem dinheiro ou passa fome. Os pobres ficam à beira da miséria até o pó de pirlimpimpim dar resultado. Se der. Se não, continuam à beira da cova, mas pagarão os tributos devidos.
O capitão Messias faz do país sua imagem e semelhança: medíocre.
Luiz Gadelha
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