No Brasil real, há pessoas espantadas com a alternância de extremos no poder. Saiu a turma do "nós contra eles". Entrou a tropa do "eles contra nós". Os dois grupos têm pelo menos dois pontos em comum. Não enxergam culpados no espelho. E vêem a imprensa como grande inimiga da nação. Antes, era a "mídia golpista". Agora, são os os cultores de "fake news".
No Brasil do Twitter de Bolsonaro, um "fake" presidente distorce declarações de uma jovem jornalista para acomodar nos lábios dela as frases que atormentam os seus pesadelos. Nos sonhos ruins de Bolsonaro, a imprensa quer "arruinar a vida" de Flávio Bolsonaro, o filho "Zero Um" e "buscar o impeachment" do inquilino do Planalto. Pilhado nas distorções, esse presidente "fake" das redes sociais não deu o braço a torcer. Ele voltou à carga: "Segue o jogo da farsa e do vitimismo" da imprensa, escreveu Bolsonaro.
No país real, um presidente novo em folha espalha no Planalto um rastro pegajoso em que se misturam nódoas do amigo Queiroz, que ele indicou para assessorar o primogênito, manchas do laranjal plantado na folha do gabinete do filho e até marcas de um repasse esquisito para a conta da primeira-dama. Mas o Bolsonaro do Brasil alternativo do Twitter, quando confrontado com o melado que escorre ao redor no país real avalia que não deve nada a ninguém. Muito menos explicações.
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