Bolsonaro sacode um atestado médico e foge dos debates. Já cancelou quatro. Com larga vantagem sobre o rival, o capitão se esconde na trincheira das redes sociais, oferecendo-se ao eleitor em fragmentos. Quem gosta de armas, encontrará um Bolsonaro de sua preferência numa frase do WhatsApp. Quem acha que bandido bom é bandido morto assistirá um Bolsonaro ao seu feitio num vídeo do YouTube. Quem não suporta corrupção, ouvirá um Bolsonaro do seu agrado num áudio do Twitter.
Às voltas com a necessidade de compor uma “frente democrática”, Haddad faz de tudo para convencer a pessoas de que é maior do que o PT. Mas tudo parece não querer nada com Haddad. Quanto a Bolsonaro, quando tudo o que você vê do personagem nas redes sociais é subtraído de tudo o que você ignora, o que sobra é nada. Mantido o ritmo, o eleitor brasileiro elegerá neste segundo turno não o melhor presidente, mas a melhor encenação.
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