É que as coisas têm consequências concretas. É claro que escolhas levianas causam efeitos desastrosos. A falta da reforma política impede a renovação. O Congresso votou absurdo atrás de absurdo. O STF desencavou firula após firula para não deixar mudar nem punir poderosos. Inevitavelmente, de erro em erro, aquilo lá atrás deu nisto aqui.
A corrupção pesa, sem dó: só o que o ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco devolveu, como parte do acordo de delação premiada, daria para cobrir os gastos de 640 anos do museu, baseado no que recebeu em 2017.
E o atentado a Bolsonaro? Somou-se a tiros no ônibus de Lula, pedradas, truculência com manifestantes. Como se alimentou essa exacerbação das discordâncias, em nível tão hostil e raivoso? A escalada verbal corrói a política. Qualquer eleito precisa ser capaz de negociar com os perdedores, de modo a poder governar. Não é possível que cada aceno ao entendimento seja demonizado. Ou cada ideia divergente na busca de saídas gere xingamento e fúria.
Um clima desses tem consequências nefastas. Nele todos irão perder, mesmo os aparentes vencedores.
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