F. W. Murnau |
O espantoso é que, mesmo assim, a atividade artística na Alemanha não parou. O cinema, por exemplo. Naqueles dois anos, Fritz Lang lançou “Dr. Mabuse, o Jogador”, filmou “A Morte de Siegfried”, primeira parte de sua monumental saga “O Anel dos Nibelungos”, e preparou a segunda parte, “A Vingança de Cremilda”. F. W. Murnau lançou “Nosferatu” e começou o trabalho em “A Última Gargalhada”. Sem falar em Ernst Lubitsch, Robert Wiene, G. W. Pabst, E. A. Dupont e Paul Leni —todos continuaram ativos.
No teatro, Bertolt Brecht encenou “Os Tambores da Noite” e “Na Selva das Cidades”, escreveu “Baal” e tornou-se assistente de Max Reinhardt. Na música, Alban Berg e Béla Bartók seguiram compondo maravilhas, enquanto Arnold Schönberg inaugurou o dodecafonismo. Na literatura, Thomas Mann estava escrevendo “A Montanha Mágica”, que publicaria em 1924. Nas artes plásticas, Wassily Kandinsky, Oskar Kokoschka, George Grosz, Laszlo Moholy-Nagy e outros faziam uma revolução por dia.
A quem se destinavam esses filmes, peças, concertos, livros, quadros? Não sei, mas eles continuavam sendo produzidos.
A Alemanha estava saindo de uma guerra em que fora derrotada, e o mundo lhe apresentava a conta. A Venezuela, mais infeliz, está pagando as contas dos governos Chávez e Maduro.
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