O governador Márcio França revelou que a tragédia era “mais ou menos previsível”. Sem explicar por que nada fez para evitar que a previsão se consumasse, retomou a campanha eleitoral que empreende para prolongar por quatro anos o inquilinato no Palácio dos Bandeirantes. O prefeito Bruno Covas mandou interditar cinco prédios em situação de risco, e garantiu que outros setenta serão vistoriados com urgência. Dispensou-se de informar por que só depois que um prédio cai são vistoriados os que estão para cair.
Além de um número ainda impreciso de vidas não vividas, o prédio assassinado também soterrou imposturas paridas por gigolôs da miséria. Há pelo menos dez anos, por exemplo, Lula jura que a pobreza acabou. Seria feita só de estrangeiros importados por Michel Temer essa gente que não tem sequer onde morar? Dilma recita de meia em meia hora que o Minha Casa Minha Vida operou o milagre da multiplicação das residências populares. Se há teto para todos, todo sem-teto é uma miragem.
O edifício Wilton Paes de Almeida não existe mais. O espetáculo do cinismo homicida, esse não tem prazo para terminar.
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