sexta-feira, 11 de maio de 2018

Brasil é de morte

O ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic, de 74 anos, foi condenado à prisão perpétua pelo massacre de Srebrenica e por crimes de guerra e contra a Humanidade durante a guerra da Bósnia (1992-1995) pelo Tribunal Penal Internacional. Madlic, só capturado em 2011, foi considerado culpado por dez de onze acusações, incluindo a morte de 8 mil homens e meninos muçulmanos em Srebrenica e o cerco a Sarajevo, em que mais de 11 mil civis foram mortos por uma campanha de franco-atiradores.

Na mesma época da condenação do Açougueiro da Bósnia, e com bem menos destaque, no Brasil se soube que os procedimentos hospitalares no país matam quase 20 vezes mais, por ano, do que Madlic. E a matança nacional de 300 mil por ano não irá nunca a qualquer tribunal de crimes contra a humanidade. Como também não se esboça qualquer reação contra os 60 mil assassinatos por ano, as dezenas de milhares de mortos em acidentes.

Os crimes governamentais brasileiros produzem genocídios assombrosos a cada ano, mas não tem ainda hoje um condenado, ou sequer indiciado, pois qualquer que seja estará ligado a governos ou nos próprios palácios.

Aqui se mata indiscriminadamente sob a chancela das chapas brancas como nas guerras africanas de libertação nos anos 1960/1970. E a única resposta é o silêncio dos que saúdam a prisão do ex-general europeu.
Luiz Gadelha

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