O mais repelente tipo de “fake news” é aquele que sai de fontes oficiais, como o Palácio do Planalto, cujos assessores têm um empenho enorme em plantar notícias falsas para beneficiar o governo e destruir seus adversários. Sempre que o Planalto quer fritar um ministro, o primeiro passo é plantar uma série de informações depreciativas contra ele, como aconteceu com Marcelo Calero, que era ministro da Cultura e se viu obrigado a gravar Michel Temper e Geddel Vieira Lima, para se precaver.
A mais nova “fake news” oriunda do Planalto é a criação do Ministério da Segurança Pública. O presidente Temer está cansado de saber que será mais uma pasta inútil. Vai criá-la, porque considera que será uma boa jogada de marketing eleitoral, em busca da reeleição.
Atualmente, existe o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que é uma espécie de Saci Pererê, porque cuida da parte da Justiça e não se mete em assuntos de Segurança Pública, que são tratados pelo Ministério da Defesa.
A suposta criação do Ministério da Segurança Pública, portanto, será apenas virtual. Não irá cuidar de nada, o futuro ministro (ou ministra, a gente nunca sabe) ficará ocioso em Brasília, fazendo palavras cruzadas ou sudoku.
Pela proposta, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) saem da alçada do Ministério da Justiça e ficarão subordinados ao novo ministério. A pasta contará com a estrutura já existente no Ministério da Justiça. Aí serão dois ministros a fazer passatempos, podiam até se reunir para jogar buraco. E la nave va, cada vez mais fellinianamente.
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