quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Lula reage mal à condenação e se aproxima da derrocada final

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No dia 26 deste mês, à “Folha de S.Paulo”, o bispo Angélico Sândalo Bernardino, pertencente à Diocese de Blumenau, disse o seguinte sobre a condenação de Lula (calma, leitor, não é só ele que diz isto, juristas e intelectuais de renome dizem o mesmo): “Para muitos, o golpe ficará pela metade se não houver o banimento político de Lula. Isso é um desserviço à democracia. Ao que tudo indica, as provas não foram apresentadas”. Dom Angélico ainda perguntou: “Aceleraram (a ação judicial) por quê? Quais são os interesses que estão por trás? Que existem interesses econômicos internacionais por trás é evidente”.

Em 1989, o então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmara que, no Congresso Nacional, havia 300 picaretas, embora os tenha tratado, em seus dois governos, a pão de ló, ganhou de Brizola o apelido de “Sapo Barbudo”. Na primeira eleição direta para a Presidência da República, também em 1989, referindo-se à corrupção, Lula disse: “A corrupção e a existência de concorrências ilícitas não são novidade. Novidade acontecerá no dia em que alguém for para a cadeia”.

Eis, então, que aconteceu exatamente o que Lula afirmou. Não só depois do mensalão, mas desde o início da operação Lava Jato, “a corrupção e a existência de concorrências ilícitas”, como ele explicitou, levaram muitos políticos à prisão. Valeu o velho jargão: “Todos são iguais perante a lei”. Como disse o juiz Sergio Moro, “não importa o quão alto você esteja. A lei estará acima de você”. Um princípio, diga-se de passagem, que só recentemente começou a vigorar.

O ex-presidente jamais imaginou que seria, um dia, condenado, em primeira instância, pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a nove anos e seis meses; e, agora, em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelos mesmos crimes, com uma diferença – a pena saltou para 12 anos e um mês de prisão. Na véspera desse julgamento, que é o primeiro e talvez o mais brando de vários outros, o ex-presidente disse o seguinte: “Duvido que neste país tenha um magistrado mais honesto do que eu”. Condenado pelo Tribunal, embora rendido, desabafou: “A decisão eu até respeito. O que não aceito é a mentira pela qual eles tomaram essa decisão”.

A questão que me persegue há anos, leitor, é esta: Lula seria o maior (ou o único) responsável pelo desastre que as administrações petistas fizeram ao país? Seria ele o único responsável pela derrocada do PT e, principalmente, por sua própria derrocada final? Os organizadores do PT, em 1980, entre os quais se destacam inúmeros intelectuais (e juristas), não têm responsabilidade? O ex-torneiro tinha condições de assumir a incumbência que lhe jogaram sobre os ombros?

Não estou sugerindo, leitor, que Lula seja absolvido. Na realidade, ele quis ou se deixou corromper. Mas ele não teve, em sua trajetória, um só amigo para lhe dizer verdades, que hoje batem na cara de todos nós. Teve companheiros – alguns, além de políticos, mais sabidos do que companheiros. Não me regozijo do seu fim. Digo que o PT e Lula enterraram uma enorme oportunidade – a de fazer o país feliz.

Lula se tornou “príncipe” e se perpetuou no poder. Ele não está sozinho quando distribui por aí ofensas e agressões contra pessoas e instituições. Está acompanhado de intelectuais (e juristas) de renome. Que essa gente (respeitável) opte já pela humildade e pelo silêncio!

E deixem, finalmente, que o Brasil caminhe!

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