Jacob foi condenado a sete anos de prisão, mas cumpria a pena em regime semiaberto. De dia dava expediente na Câmara dos Deputados e à noite recolhia-se ao presídio da Papuda. Um dia cometeu uma indisciplina grave, foi flagrado, ao voltar ao presídio, com biscoitos e queijo provolone na cueca. Sofreu castigo de uma semana no isolamento e teve o semiaberto suspenso pela justiça. Agora, ele cumpre a pena em regime fechado. O crime cometido por Jacob em relação ao do Maluf equivale ao de um trombadinha. Os dois estão no mesmo presídio na companhia do ex-senador Luís, Estevão, de Brasília, e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, da Bahia.
Como eles se protegem lá dentro do parlamento nem a esquerda, nem o centro e nem a direita se manifesta para pedir a cassação dos deputados. E o presidente da Câmara não toma iniciativa porque já se lançou candidato a presidente da república, portanto, não quer brigar com os partidos, seus prováveis futuros aliados. A dúvida – e isso deve ser apurado – é se os dois deputados presidiários também estão recebendo auxílio moradia como seus colegas que tem imóveis em Brasília e se beneficiam dessa excrecência. Hoje, com residência fixa dentro da Papuda, seria uma heresia pagar auxílio moradia ao Maluf e ao Jacob, mas se tratando do legislativo tudo é possível. Até o condenado petista Zé Dirceu conseguiu uma aposentadoria de R$ 10 mil da Câmara.
Maluf agora está nas mãos de Dias Tofolli a quem cabe julgar o habeas corpus que pode beneficiá-lo com a prisão domiciliar. Se o ministro se deixar levar pela encenação barata do deputado pode livrá-lo da cadeia. Se considerar as agressões que o tribunal vem sofrendo por parte dos defensores do deputado vai deixá-lo mofando mais um tempo na cela. Mas se leu a nota publicada pelo colunista Lauro Jardim, do Globo, de domingo (28.01), estará convencido de que Maluf, além de larápio, é também um farsante quando interpretou para o Brasil a cena bufão de um senhor doente, sustentado por uma bengala, trôpego, a caminho da cela. Veja o que diz a nota com o título Última Ceia: “Na véspera de ser preso, em dezembro, Paulo Maluf jantou no Fasano de São Paulo. Dono de uma das mais reluzentes adegas do Brasil, bebeu um Château Latour, safra 1929. Uma garrafa que, no barato, sai por uns 4 mil euros — na França”.
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