A Venezuela, como demonstram os fatos a cada dia, é justamente o país latino-americano que eliminou o seu próprio sistema judiciário — só Cuba pode comparar-se a ela neste quesito atualmente. Não há mais juízes. Há apenas funcionários do governo encarregados de executar as ordens que vêm de cima. Há prisões diárias de manifestantes da oposição. Há tortura contra presos políticos. Como ir falar de “justiça” numa tirania bananeira como essa? Na prefeitura de Caracas, a capital, o governo sempre perdia as eleições. Solução: eliminaram a Prefeitura de Caracas, com a explicação de que ela não era mais necessária. A oposição tem maioria no Congresso? Nenhum problema: o governo nomeou um outro Congresso e decretou que é esse o que vale. Não há outro país no continente em que a repressão policial nas ruas seja tão selvagem — ainda no Natal, uma mulher grávida foi assassinada a tiros por um guarda na fila onde deveria receber a esmola de fim de ano do governo — um pernil. A grande ideia do governo de extrema-esquerda da Venezuela é eliminar as forças armadas e colocar em seu lugar uma milícia de 500.000 homens armados, que funcionarão como uma guarda particular dos donos do governo.
É esse o país que Lula e o PT elegeram como o modelo para o Brasil. Já foi o tempo em que tentavam fugir da questão, dizendo que “cada país escolhe o seu caminho” e outras bobagens do mesmo tipo. Hoje deixam absolutamente claro, sem disfarce algum, que o regime da Venezuela é o que querem para o Brasil — e que o seu único “projeto político” é chegar lá, com Lula no papel de “comandante supremo”. O ex-presidente já disse que o único problema da Venezuela é ter “democracia demais”. Ainda há pouco a presidente do PT manifestou seu apoio integral às últimas medidas totalitárias do governo para criar um tipo de eleição em que eles ganharão sempre. Mais recentemente, um deputado do partido (o mesmo que deu “voz de prisão” à uma mulher que o criticava num corredor do Congresso) esteve em Caracas para se queixar, em portunhol extremo, que a Justiça brasileira persegue Lula — e para louvar a sorte dos venezuelanos, que, segundo o PT, vivem num país de judiciário independente, sob o império da lei e com a proteção de todos os direitos. Aproveitou para explicar as presentes calamidades que o governo criou na Venezuela (já tem gente comendo comida de cachorro, na penúria geral de alimentos), como resultado da “guerra econômica” que “a burguesia” move contra o povo.
Lula, se condenado, será um mártir para o PT. Só mesmo na Venezuela a Justiça seria capaz de lhe fazer justiça.
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