O ano, quando começa, vem meio torto, um pouco sujo e, às vezes, mais do que esfarrapado. É o caso de 2018. Chega com todos os vícios, as malandragens, os jeitinhos e os criminosos que marcaram o ano passado. Inclusive até com as mesmas promessas e a armação ilimitada de estancar prisão dos privilegiados.
Não há nada novo debaixo do sol deste ano. A novidade, se acontecer, estará nas mãos dos cidadãos que resolverem rechaçar a pilantragem. A tomada das ruas e o clamor das redes sociais, sem ideologias e partidos, que seja passar o país a limpo, é que será o novo tão esperado.
Sem a revolta dos desesperançados, o ano acabará tão velho quanto os passados. Se verá o replay da tradicional injustiça brasileira que tem dois pesos e duas medidas, a economia dos menos favorecidos para bolsos ricos e o descaso medieval para com os que verdadeiramente sustentam o país no lombo.
De novo, neste ano, só haverá o que se plantar para o futuro, pois o que se colhe e colherá nesses 365 dias será, em grande parte, fruto podre de árvores venenosas há muito crescidas e vicejando.
Luiz Gadelha
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