Amanhã completo seis meses de prisão domiciliar.
Estou rapidamente chegando a meu limite pessoal, queria apenas deixar registrado para o caso de cometer uma loucura.
Viver aprisionado nos limites desse apartamento faz a vida perder todo o sentido.
Como se não bastasse, não posso confiar em mais ninguém.
As meninas da massagem, por exemplo, só nessa semana esqueceram as pedras quentes duas vezes.
Na última vez, fiquei tão irritado que cancelei e fui à praia.
Ir à praia, aliás, é desesperador.
O perímetro da tornozeleira não permite que eu caminhe até a barraca de coco que eu gosto, a do Lima.
Como se não bastasse, não posso confiar em mais ninguém.
As meninas da massagem, por exemplo, só nessa semana esqueceram as pedras quentes duas vezes.
Na última vez, fiquei tão irritado que cancelei e fui à praia.
Ir à praia, aliás, é desesperador.
O perímetro da tornozeleira não permite que eu caminhe até a barraca de coco que eu gosto, a do Lima.
Sou obrigado a tomar uma água de coco qualquer, de procedência desconhecida, como um indigente.
Minha saúde sofre.
Uma vez por mês, sou autorizado a visitar meu cardiologista.
Em Angra.
Da última vez, ele insistiu que eu fizesse natação.
Disse que é bom para manter o tônus muscular enquanto atravesso essa minha via-crúcis.
Juro que tentei.
Mas a jacuzzi da varanda não foi feita para isso.
Muito menos o ofurô.
Ou seja, o Estado ceifou minha liberdade e não me dá condições plenas para cuidar da saúde.
Meus advogados entraram com uma liminar e, pelo menos pelos próximos meses, poderei frequentar uma academia.
Em São Paulo.
Outro desaforo foi a Receita Federal confiscar o jamón pata negra que havia importado para complementar o sódio de meu regime de proteínas.
Agora sou obrigado a comer presunto nacional, o que me deprime, pois faz lembrar de gente que só quero esquecer.
Sem exercício físico e comendo mal, emagreço a olhos vistos.
Estou definhando, disse a manicure.
Querem me isolar do mundo.
Às vezes, sinto saudade da Papuda.
Lá jogávamos truco assistindo ao futebol e comendo caviar às colheradas.
Éramos felizes e não sabíamos.
Aqui sofro sozinho.
Não fosse o churrasco que o pessoal do Senado faz na cobertura às quartas-feiras, eu já teria enlouquecido de solidão.
Semana passada contei sobre a liminar pedindo que ampliassem os limites de minha tornozeleira até o shopping.
Não aguentava mais comprar só pela internet.
Resultado?
Inventaram que eu não poderia “estar acessando” a internet.
Nem as séries que eu gosto tanto.
Cortaram todos os cabos.
Tenho culpa que a tevê da sala de projeção acessava a Netflix sem que eu soubesse?
Querem que eu assista ao quê?
Jornal Nacional?
Ainda bem que tenho amigos, como o ministro [nome omitido], que gentilmente comprou o apartamento aqui de baixo e instalou um Wi-Fi que pega do Leme ao Pontal.
Não há nada igual.
O que é justo é justo.
Falar em Justiça, a Anistia Internacional ainda não se manifestou sobre minha solicitação de assinatura da Bloomberg para comprar e vender ações.
Um homem não pode ser tolhido de seu sagrado direito ao trabalho.
Enfim, vou ter que parar por hoje porque a Luciana, a personal, chegou agora.
Atrasada de novo.
Estava gravando o clipe da Anitta, como se isso fosse desculpa.
Sério. O que eu fiz para merecer isso?
Minha saúde sofre.
Uma vez por mês, sou autorizado a visitar meu cardiologista.
Em Angra.
Da última vez, ele insistiu que eu fizesse natação.
Disse que é bom para manter o tônus muscular enquanto atravesso essa minha via-crúcis.
Juro que tentei.
Mas a jacuzzi da varanda não foi feita para isso.
Muito menos o ofurô.
Ou seja, o Estado ceifou minha liberdade e não me dá condições plenas para cuidar da saúde.
Meus advogados entraram com uma liminar e, pelo menos pelos próximos meses, poderei frequentar uma academia.
Em São Paulo.
Outro desaforo foi a Receita Federal confiscar o jamón pata negra que havia importado para complementar o sódio de meu regime de proteínas.
Agora sou obrigado a comer presunto nacional, o que me deprime, pois faz lembrar de gente que só quero esquecer.
Sem exercício físico e comendo mal, emagreço a olhos vistos.
Estou definhando, disse a manicure.
Querem me isolar do mundo.
Às vezes, sinto saudade da Papuda.
Lá jogávamos truco assistindo ao futebol e comendo caviar às colheradas.
Éramos felizes e não sabíamos.
Aqui sofro sozinho.
Não fosse o churrasco que o pessoal do Senado faz na cobertura às quartas-feiras, eu já teria enlouquecido de solidão.
Semana passada contei sobre a liminar pedindo que ampliassem os limites de minha tornozeleira até o shopping.
Não aguentava mais comprar só pela internet.
Resultado?
Inventaram que eu não poderia “estar acessando” a internet.
Nem as séries que eu gosto tanto.
Cortaram todos os cabos.
Tenho culpa que a tevê da sala de projeção acessava a Netflix sem que eu soubesse?
Querem que eu assista ao quê?
Jornal Nacional?
Ainda bem que tenho amigos, como o ministro [nome omitido], que gentilmente comprou o apartamento aqui de baixo e instalou um Wi-Fi que pega do Leme ao Pontal.
Não há nada igual.
O que é justo é justo.
Falar em Justiça, a Anistia Internacional ainda não se manifestou sobre minha solicitação de assinatura da Bloomberg para comprar e vender ações.
Um homem não pode ser tolhido de seu sagrado direito ao trabalho.
Enfim, vou ter que parar por hoje porque a Luciana, a personal, chegou agora.
Atrasada de novo.
Estava gravando o clipe da Anitta, como se isso fosse desculpa.
Sério. O que eu fiz para merecer isso?
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