Nos últimos sete anos, atividades simples como valer-se do sistema de saúde pública ou renovar a habilitação para conduzir veículos passaram a tomar ares de um dos trabalhos de Hércules - afinal, mortos não vão ao médico e nem conduzem veículos!
Especialmente dramáticos foram os dias que se seguiram ao falecimento de seu marido - legalmente, um viúvo - nos idos de 2011. Ela não podia ser declarada viúva de um viúvo de si própria, eis a realidade!
Por incrível que pareça, chegamos a 2017, em plenos portais do século XXI, sem que Juana tenha conseguido sair do estado de "zumbi" - isto numa era dita tecnológica, na qual já prepara-se a humanidade para ir a Marte. Foi quando, desesperada, decidiu ir aos tribunais.
Enquanto isso, do outro lado do planeta, a China começa a reagir à sanha dos burocratas, transferindo o ônus da produção de informações solicitadas a particulares pela administração pública à própria administração pública!
Este exemplo, segue-o Portugal. Não faz muito tempo, decidiu-se que a burocracia estatal não pode solicitar a particulares informações que o Estado como um todo já detenha - eis aí uma notável integração entre os diversos órgãos da administração pública.
Fiquei a lembrar deste quadro há alguns dias, quando fui convocado a apresentar, em uma repartição pública, um certo "atestado de residência", definido este como uma conta qualquer - de telefone, energia, água, ou seja lá do que for - em meu nome. Cheguei à conclusão de que a Administração Pública precisa ser informada por empresas sobre o local de residência de um cidadão contribunte e eleitor registrado!
É assim, entre idas e vindas, que a humanidade trava uma imensa e silenciosa luta contra o poder da burocracia, um poder de vida e de morte.
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