Elaborado pelo instituto britânico Ipsos Mori, o levantamento confrontou dados oficiais com a percepção que as pessoas têm deles. As perguntas dos entrevistadores incluem temas como taxa de homicídios, criminalidade de estrangeiros, consequências de ataques terroristas, saúde, religião, consumo de álcool, entre outros.
Quantas garotas de 15 a 19 anos engravidam no Brasil? Os brasileiros acreditam que 48% dão à luz, mas os dados oficiais mostram que são apenas 6,7%. Quando questionados sobre quantos estrangeiros compõem a população carcerária do país, os brasileiros em média disseram acreditar que a taxa chega a 18%, mas o número oficial é 0,4%.
O mesmo se repete com os homicídios. Quando questionados se acreditam que a taxa de homicídios é mais alta no país hoje do que em 2000, 76% afirmaram que sim. Mas, segundo o instituto, a taxa, apesar de alta, é a mesma – cerca de 27 homicídios por cada 100 mil habitantes.
A cada cem mortes de mulheres de 15 a 24 anos, quantas foram causadas por suicídio? Os brasileiros afirmaram que são, em média, 29, mas o número real é 4,3.
Em temas que envolvem economia e status social, os brasileiros também cometeram erros. Segundo a pesquisa, os entrevistados apontaram que 85% das pessoas no país possuem um smartphone, mas a taxa real é 38%. Os brasileiros também superestimam a quantidade de carros registrados por habitante. Segundo os entrevistados, são 68 para cada cem pessoas, mas o dado correto é 40.
Em temas como religião, os entrevistados mostraram subestimar dados. Quando questionados qual é a taxa de pessoas que acreditam em Deus no país, os brasileiros responderam em média 80%, mas pesquisas oficiais mostram que a taxa é 98%.
Mas os brasileiros se saíram bem em relação a países como os Estados Unidos, Suécia, Noruega e Alemanha quando confrontados com a pergunta "algumas vacinas causam autismo?”. Apenas 10% dos brasileiros disseram acreditar nessa correlação equivocada, 35% não souberam respondem e 54% apontaram que tal informação é falsa.
Entre os norte-americanos, por exemplo, 19% disseram acreditar em uma relação entre vacinas e autismo. Entre os suecos, 25% apontaram uma relação de causa e efeito. Os cidadãos de Montenegro e da Índia apareceram como os mais ignorantes: 44% dos entrevistados de cada país afirmaram acreditar na falsa relação.
Segundo o diretor de pesquisas da Ipsos Mori, Bobby Duffy, existem vários motivos para as pessoas terem uma falsa noção, mas o principal vilão é a tendência de focar demasiadamente em aspectos negativos.Leia mais
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