1. Luislinda Valois, chefe da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, produziu um documento com mais de 200 páginas para corrigir o que considera uma gravíssima injustiça pecuniária. Ela acha que merece embolsar tanto o salário de desembargadora aposentada quanto o de vigia dos direitos humanos com status de ministra. Se fosse dispensada de obedecer à lei que manda optar por um dos salários, Luislinda passaria a ganhar mais de R$ 60 mil por mês. Como ganha pouco mais que a metade dessa bolada, a ministra apresentou-se como prova de que, apesar da Lei Áurea, existe pelo menos um caso de trabalho escravo até no primeiro escalão do governo Temer. Luislinda desistiu do pleito diante da gargalhada que só não foi nacional porque todas as entidades defensoras dos direitos dos afrodescendentes preferiram refugiar-se na cara de paisagem.
3. Sérgio Cabral, recordista mundial de ladroagem em extensão, altura e abrangência, foi previsivelmente salvo por Gilmar Mendes da mudança para um presídio atulhado de criminosos que, perto do saqueador do Rio, parecem coroinhas que só furtam o vinho do padre. Continua hospedado no hotel-presídio que lhe oferece, entre outras mordomias cinco estrelas, até os serviços de um mordomo.
4. Numa discurseira em Belo Horizonte, Lula prometeu trazer de volta ao Brasil a democracia que está por aqui desde 1989, responsabilizou Michel Temer pelo que o orador e sua sucessora fizeram, exigiu um tratamento mais carinhoso para a Petrobras que assaltou e jurou que tanto a alma viva mais pura do país quanto a falecida Marisa Letícia não nasceram para roubar — verbo que conjugaram incessantemente depois da chegada à vida adulta.
Tom Jobim ensinou que o Brasil não é para amadores. Começa a tornar-se demasiadamente esquisito para os mais devotados profissionais.
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