terça-feira, 12 de setembro de 2017

República em marcha

A semana da pátria foi decisiva, registrando enormes avanços para os republicanos empenhados na construção da Grande Sociedade Aberta.

A Velha Política tem agora suas vísceras expostas, eagoniza a céu aberto. Suas principais lideranças estão sitiadas pela opinião pública informada.

O depoimento de Palocci anuncia a morte da candidatura presidencial de Lula em 2018.

A delação de Funaro encurrala os senadores e deputados da cúpula do PMDB, apontando também um indicador para Temer.

Ao som das gravações de Joesley e à imagem das malas de Geddel, as prisões de ambos anunciam o fim do mundo para as criaturas do pântano evoluídas nas mais degeneradas práticas políticas.

Janot havia confessado atuar “com medo de errar ou decepcionar” expectativas nele depositadas como procurador-geral.


Pois bem, em tempos extraordinários, mais vale uma atabalhoada busca da coisa certa do que uma competente defesa da coisa errada.

Mais do que a forma jurídica perfeita, o que se quer é o fim da impunidade e da roubalheira.

E não há mais como esconder, mesmo aos olhos do observador ingênuo, a gigantesca máquina de corrupção que se desnuda pelas colaborações premiadas.

O deputado Rocha Loures foi indicado por Temer a Joesley como interlocutor substituto de seu ex-ministro Geddel.

O observador ingênuo se indaga quanto tempo levaria ou quantas malas de dinheiro teria de acumular um Rocha Loures para se credenciar politicamente como um novo Geddel. E conta as décadas de mentoria de um José Sarney nos labirintos da Velha Política para formar quadros como Renan Calheiros, Jader Barbalho e Edison Lobão.

O capitalismo de Estado do regime militar transformou-se em capitalismo de quadrilhas na democracia emergente sob hegemonia social-democrata.

O tráfico de influências decisivas sobre as atividades econômicas corrompeu as múltiplas camadas do aparelho de Estado. A compra de favorecimentos em obras públicas e financiamentos de bancos oficiais, o pagamento para aprovação no Congresso de regulamentação favorável em medidas provisórias para empresas de transportes, operadoras portuárias e de planos de saúde, a encomenda de sentenças favoráveis em tribunais superiores tornaram-se uma avalanche de denúncias que exigem a completa reformulação da engrenagem estatal.
 Paulo Guedes

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