Só que não. Ou alguém acredita que o Senado, com mais da metade de seus membros investigados ou réus em vários processos (alguns têm 13, como Renan Calheiros, ou nove, como Aécio Neves ), não vai votar leis que facilitem o objetivo coletivo de escapar da cadeia e não devolver o roubado? E a Câmara, que tem um terço dos seus integrantes acusados dos mais diversos crimes, vai votar contra o seu espírito corporativista?
O bom é que os partidos podem acabar, como na Itália depois da Operação Mãos Limpas, quando tiveram que mudar de nome e fazer novas alianças. Aqui o PMDB, PSDB, PT, PP, PR, PTB não farão falta, mas o que virá depois deles? Uma remota chance de novas ideias e práticas? Na Itália, políticos investigados dos novos partidos de esquerda, direita e centro se juntaram para aprovar leis que anistiavam ou minimizavam seus crimes. Quem conhece o Brasil sabe que aqui não vai ser muito diferente.
O que mais vou ter saudades é da alegria esfuziante que me invadia, e a milhões de brasileiros, ao receber a notícia, ou melhor, ver ao vivo, gente como Eduardo Cunha, Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral, Zé Dirceu, Palocci, Eike Batista, presos como qualquer ladrão de galinhas. Era como comemorar um gol de placa do Brasil.
Pena que a maioria vai escapar. Unidos, eles enfrentarão a opinião pública e os meios de comunicação para se proteger, pagarão os piores micos, se submeterão aos mais constrangedores vexames, mas no final escaparão e formarão novas alianças “por um país mais justo e solidário”.
Nelson Motta
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