Os otimistas costumam enxergar os escândalos de corrupção como algo benfazejo. É uma oportunidade para a correção de rumos. Mas no Brasil, o otimismo vai sendo gradativamente substituído pelo desalento. Veja só o que aconteceu hoje. O STF autorizou o andamento de processos contra governadores. Há 12 encrencados. O TSE cassou o mandato de um outro governador. Sobe para 13 –quase metade dos governadores do país: 48%. Todos enrolados. Como se fosse pouco, a Lava Jato descobre um novo esquema em que três ex-gerentes da Petrobras receberam R$ 100 milhões em propinas. A lama não para de escorrer.
O brasileiro vem sonhando com uma virada de página pelo menos desde o impeachment de Fernando Collor. Ali, parecia entendido que o país tomaria jeito. Os eleitores votariam melhor. Os políticos roubariam menos. E o dinheiro público deixaria de sair pelo ladrão. Deu tudo errado.
Nos últimos anos, a sequência intolerável de escândalos, um atropelando o outro, entorpece a esperança. Depois da roubalheira da Era Fernando Collor vieram os anões do orçamento, os sanguessugas, os mensalões do PT, do PSDB mineiro e do DEM de Brasília, o petrolão, o impeachment de Dilma, o eletrolão, o diabo. E o STF abrindo as celas de condenados. Fica-se com a impressão de que, no Brasil, a banda ladra venceu. O último a sair rouba a luz.
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